A importância do feedback entre gestores e funcionários é indiscutível, segundo pesquisas.
Desde crianças somos pressionados com frases do tipo “O que você vai ser quando crescer?”, e esse questionamento perdura até a idade adulta. Quando alguém opta por uma profissão, ela também toma uma decisão de como será a sua vida a partir daquilo, afinal, cada profissão exige uma rotina, uma renúncia. Então, investe-se em faculdades, cursos de especialização, workshops e horas de trabalho árduo para realizar um sonho e finalmente conseguir responder para aquela criança que um dia fomos, que estamos perto de sermos quem queríamos ser agora que crescemos.
A vida adulta chega e precisamos de um emprego, não é mesmo? E aí passamos 8 horas — ou mais — do nosso dia trabalhando e, muitas vezes, horas de distância da nossa casa. Sacrifica-se tempo, suor e muitas vezes a recompensa e o reconhecimento não chegam. E é aí que o funcionário adoece no quesito saúde mental. Em 2016, foram 75,3 mil afastamento por estresse de trabalho ocasionados pelo Burnout registrados pela Previdência Social no Brasil. A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psicológico que consiste em tensão emocional e estresse crônico decorrente do trabalho desgastante. O esgotamento físico, emocional e psicológico são constantes e se manifestam, principalmente, em profissões cuja exigência interpessoal se faz presente. É uma das graves consequências do estresse constante e profundo.
Saiba mais sobre burnout aqui!
Saúde mental no trabalho
Saúde mental e trabalho estão intimamente ligados, afinal, todos querem um ambiente que proporcione bem-estar e qualidade de vida pois a maioria das pessoas passa metade dos seus dias no trabalho. A saúde do trabalhador deve ser levada em conta não só por ele mesmo, mas também pelo RH e gestores.
Segundo Idalberto Chiavenato, autor brasileiro na área de administração de empresas e de recursos humanos, “as organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas missões. Para as pessoas, as organizações constituem o meio pelo qual elas podem alcançar vários objetivos pessoais com um mínimo de tempo, esforço e conflito”. Ou seja, cada pessoa é parte fundamental do quebra-cabeças. A relação de compromisso mútuo com o todo deve ser valorizada e incentivada.
A importância do feedback
Hoje em dia, a busca por empresas que adotam uma cultura mais humanizada e com RH estratégico está em alta, já que os funcionários passaram a focar mais na promoção de saúde e bem-estar e, muitas vezes, não é o dinheiro que traz tudo isso, e sim, o reconhecimento. Ter o trabalho reconhecido após grande empenho, investimento e dedicação nem sempre acontece, e isso pode frustrar muita gente. Os elogios a um profissional podem trazer muitos benefícios tanto na relação chefe-funcionário, quanto na própria motivação daquele desempenhando a sua função.
Reconhecer um bom trabalho é vital por parte de gestores que desejam reter talentos e motivar uma equipe. Dar feedback é o caminho para conseguir isso. O feedback positivo pode acontecer quinzenalmente ou mensalmente. Independente do período que o gestor adotar, é essencial que aconteça, afinal, uma boa comunicação é a chave de relacionamentos de sucesso.
O problema é que muitos gestores não tem controle na maneira como expressam descontentamento e podem ser desrespeitosos, o que gera desconforto e insatisfação na equipe. Segundo a pesquisa, um feedback de forma correta e que oriente adequadamente os passos e propósitos da empresa aumentará o desempenho do funcionário positivamente. Portanto, é necessário que isto ocorra regularmente para todos ficarem conscientes de sua evolução em todo o processo.
“No mundo corporativo, o feedback nada mais é do que o parecer sobre uma pessoa ou grupo de pessoas com o intuito de avaliar o seu desempenho na realização de um trabalho. A ação, segundo um estudo global do Top Employers Institute feito com 600 empresas em 99 países, é considerada pelos profissionais como a melhor forma de medição de desempenho. Entre os entrevistados, a maioria afirmou preferir os processos mais transparentes de estabelecimento de metas e feedbacks mais regulares dentro de processos de avaliação, em comparação às tradicionais revisões anuais de desempenho”, informa artigo da Catho.
Ou seja, ser um gestor não é somente administrar números e resultados, mas, principalmente, apostar em suas habilidades em gestão de pessoas. Mais do que gestores, precisamos de líderes que inspirem, motivem e reconheçam o bom desempenho daqueles que, mais do que funcionários, são colaboradores para o sucesso de um objetivo em comum. “É essencial que os líderes tenham a capacidade de dizer no que a equipe pode melhorar, como também a si mesmo”, afirma André Silva, palestrante e consultor de motivação e vendas, em entrevista para a Catho.