Tempo. Mal temos tempo para nada. A rotina agitada, o dia corrido e a fadiga acumulada. Se não conseguimos cuidar de nós mesmos, como iremos ajudar o próximo? Bem, talvez ajudar o próximo também tenha relação com a nossa saúde.

Não é nenhum segredo. Todos já sentimos aquele calor dentro de nós. Aquele sentimento de que fizemos algo bom para o outro. E esse sentimento não para aí. Ele não somente um sentimento, mas influencia quem somos e até o quão longevos seremos.

Estudos sobre o tema

Ajudar o próximo realmente melhora a nossa própria saúde, não há como negar. Diversos estudos realizados compreendem que adotar esse tipo de comportamento influencia positivamente a nossa vida. O que está em voga é entender até que ponto isso nos afeta.

Segundo Stephen G. Post, diretor do Centro de Ciências Humanas, Cuidados Compassivos e Bioética da Universidade Stony Brook e autor do livro “Why Good Things Happen to Good People”, “ajudar os outros tira o foco da mente e das emoções de nós mesmos, isso permite que a mente deixe para trás ansiedades e pensamentos ruins”.

“Mesmo quando ajudamos os outros como apenas ações externas, nossas emoções ao longo do tempo tendem a mudar para a alegria e a bondade, especialmente quando seguimos bons modelos de comportamento”, complementa.

Um estudo realizado Tristen K. Inagaki e Lauren P. Ross, da Universidade de Pittsburgh, constatou que fornecer apoio social para alguém conhecido e que está em necessidade, ativa regiões do cérebro envolvidas ao cuidado parental – e que melhora a nossa saúde.

O apoio “direcionado” fez com que as pessoas se sentissem mais conectadas socialmente e sentiam que seu apoio era mais eficaz. De acordo com os pesquisadores, esse componente demonstra os efeitos positivos dos laços sociais na saúde das pessoas.

Uma pesquisa recente indica ainda outra maneira pelo qual nosso bem-estar pode se beneficiar da prática altruísta: ajudar os outros a compreender as suas emoções também nos ajuda a regular as nossas próprias emoções. Os estudos indicaram uma diminuição dos sintomas de depressão e melhora no bem-estar emocional dos entrevistados.

Além disso, ela pode também aumentar a nossa longevidade. Um estudo sobre os efeitos do voluntariado na saúde aponta que ajudar as pessoas de forma regular pode reduzir a taxa de mortalidade em 22% em comparação com aqueles que não participam em tais atividades.

A intenção conta

Realizar ações altruístas esperando receber todos esses benefícios, entretanto, não é o correto – e nem garantem tal resultado. É preciso ter pensamentos altruístas. De acordo com Post, “estudos mostram um efeito mesolímbico [de recompensa] e graus de felicidade aumentada através de uma doação, ou até mesmo quando pensamos sobre o ato (…), mas o doador precisa estar pensando gentilmente e não apenas preenchendo um número”.

Sendo assim, é preciso atuar pelas razões certas. Um estudo publicado na revista Health Psychology, em 2012, descobriu exatamente isso. Os participantes que fizeram ações voluntárias com certa regularidade viveram mais tempo, porém apenas se suas intenções fossem verdadeiramente altruístas.

Ajudando o próximo e o seu limite

Entretanto, tamanho comprometimento com o próximo existe limite. Apesar da boa intenção, a sobrecarga de tarefas é prejudicial para a saúde da pessoa. Conhecer as próprias limitações também faz parte do serviço.

Segundo a psicóloga, Sherrie Bourg Carter,“burnout entre voluntários e aqueles que trabalham em profissões de ajuda é comum.(…) O risco pode ser diminuído por estar ciente dos sintomas associados à fadiga e ao burnout e tomando medidas para cuidar da própria saúde mental e física antes de tentar cuidar dos outros”.

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