Mesmo nos dias atuais, o tema “saúde mental” ainda é visto com tabu e preconceito no Brasil. Problemas psicológicos são interpretados como frescura ou como doenças de pessoas “dramáticas”.
Por reações como essa, é que muitas pessoas evitam buscar por terapias, preferindo cuidar das suas questões de maneira isolada, sem dar a devida atenção. No entanto, como já sabemos, as consequências desse descaso afetam a rotina no ambiente do trabalho.
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O tamanho do problema
Segundo uma pesquisa da Robert Walters, empresa especializada em recrutamento, 88% dos profissionais consideram importante – na hora de avaliar uma nova oportunidade no mercado – empresas oferecerem políticas de saúde mental.
Ainda conforme o estudo, 62% dos entrevistados disseram que ter algum líder na companhia falando abertamente sobre o assunto os deixaria mais confortáveis, caso fosse preciso uma conversa.
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Segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil está em torno de 15,5%, ou seja, aproximadamente 32 milhões de pessoas irão sofrer com a doença em algum momento.
Para se ter uma ideia, uma pesquisa realizada pela consultoria Falconi, que tem foco em gestão, aponta que 37% das companhias registraram aumento de doenças psiquiátricas como depressão, síndrome de burnout e distúrbios emocionais durante o último ano, com a chegada da pandemia.
Como lidar com a saúde mental dos colaboradores
Diante dos números, está claro que as empresas precisam refletir se estão proporcionando um ambiente seguro aos funcionários e solicitando demandas que ocupam apenas o horário comercial.
Nos dias atuais, há muitos relatos de colaboradores exaustos com a rotina de trabalho intensa. Além disso, por se tratar de pessoas e relacionamentos, é fundamental que a empatia esteja presente no ambiente corporativo. Essa é uma virtude valiosa, já que todos nós somos suscetíveis a erros, frustrações, principalmente sob pressão.
As companhias precisam estar abertas a essas discussões e compreender a dor do próximo, diminuindo os desentendimentos, aumentando a produtividade e melhorando o trabalho em equipe.
Afinal, é preciso que os funcionários estejam bem e tenham prazer em desenvolver as suas funções. Estamos lidando com seres humanos e temos que tratá-las como indivíduos únicos, que tem dificuldades e precisam de ajuda.
A importância de programas de saúde mental
Além disso, as companhias precisam entender que despender de dinheiro com programas de saúde mental é, na verdade, um investimento à longo prazo. E os números demonstram isso.
Sabemos do preconceito do tema dentro das empresas. E bancar um projeto visando a melhora de bem-estar da população interna da corporação, pode não estar nos planos de despesas prioritárias.
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Entretanto, esses programas deveriam ser priorizados. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada dólar investido em saúde mental, é possível observar um retorno de até quatro dólares em saúde e produtividade.
Sendo assim, tratar de saúde mental no ambiente corporativo é falar de investimento. E isso pode ser feito de diferentes maneiras: desde educação até psicoterapia.
Como investir em saúde mental
A forma mais efetiva de realizar isso é atuar na prevenção, ou seja, trabalhar de maneira a evitar que os colaboradores cheguem no limite psíquico enquanto exercem a sua função.
Para tal, precisamos, saber o que está acontecendo dentro da empresa. Então, pesquisas de clima são uma ótima forma para entender como as pessoas estão realmente no dia a dia.
Além disso, é fundamental investir na educação da população interna, afinal, saber reconhecer o problema é o primeiro passo para lidar com a situação e pedir uma eventual ajuda. E isso pode ser feito de diversas maneiras: palestras, rodas de conversa, one-on-one, etc.
Ainda, o auxílio psicoterápico é valioso nesses momentos. Oferecer sessões de terapia dentro do ambiente corporativo permite lidar com diferentes situações de estresse mental dentro da companhia. Dessa forma, o psicólogo conseguirá ajudar as pessoas que estão passando por alguma doença mental, além de atuar na prevenção de novos casos.