Somos alimentados de sonhos e expectativas desde crianças com os contos de fadas e mundos perfeitos. Já adultos, as empresas de publicidade nos fazem assistir a comerciais onde tudo pode acontecer, menos a realidade. É o caso das propagandas de produtos de bebês que nos vendem a imagem de paz, conforto e calma do momento em que uma mãe alimenta o seu filho. Mulheres que acabaram de ser mães, principalmente as mãe de primeira viagem, não vivem os seus primeiros momentos de amamentação em plenitude e perfeita ordem como mostram os comerciais. Muito pelo o contrário: tudo é novidade e há muita coisa para ser aprendida.

Segundo a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância),o aleitamento materno na primeira hora de vida é importante tanto para o bebê quanto para a mãe, pois, auxilia nas contrações uterinas, diminuindo o risco de hemorragia. E, além das questões de saúde, a amamentação fortalece o vínculo afetivo entre mãe e filho”. Entretanto, esse momento nem sempre é como as mulheres esperam. A maioria cria a imagem bela e perfeita dos comerciais que mencionamos acima, mas é possível que ocorra desconforto e até dor ao amamentar.

É comum que a romantização de momentos relacionados à gestação ocorra pois associou-se à imagem da mulher a resiliência e força mesmo frente à frustração, dor e transtornos psicológicos. Graças ao empoderamento feminino e à disseminação cada vez maior de informações, mais e mais mulheres dão o primeiro passo contra à ilusão da maternidade perfeita ao relatar a vida real.

O  dia a dia da amamentação não é fácil. “Às vezes a mãe está cansada e estressada porque a demanda é muito grande e tem bebê que quer mamar de hora em hora”, aponta a psicóloga da Telavita, Sandra Sterenberg, especializada na relação do vínculo mãe e bebê. Sandra também aponta a importância da mãe em estar sempre informada e procurar ajuda sempre que houver necessidade. “Tudo influencia para ela estar presente com o seu bebê na hora da amamentação. Se isso está influenciando, ela precisa de ajuda dos familiares ou ajuda específica, afinal, ela idealizou muito aquela amamentação. Ela acha que ela vai ser a melhor mãe do mundo só se amamentar”. 

As dificuldades na amamentação são inúmeras e quase ninguém conta isso para as mães de primeira viagem. É essencial que a mãe que não consegue amamentar ou sente dor durante o aleitamento procure ajuda médica para investigar se o problema é físico ou se existe alguma origem psicológica. “Primeiro a mãe precisa entender o que está acontecendo: se é um problema físico, às vezes ela pode estar com mastite ou o bico do seio racha. Então essas questões físicas tem que ser cuidadas com o médico ginecologista dela, com o pediatra, que orienta bem a questão da livre demanda — se o bebê quer, a mãe tem que estar disponível”.

Uma pesquisa realizada pela UNICEF em 2018 analisou 123 países e estima que mais de 7 milhões de bebês não sejam amamentados por ano no mundo. A taxa é mais assustadora em países desenvolvidos. Por exemplo, nos Estados Unidos, somente 74% dos bebês são amamentados pela mãe, enquanto na Irlanda esse índice é mais baixo ainda, 55%.

A psicóloga explica que muitas mulheres, quando se tornam mães, não estão preparadas para o cenário em que não conseguem amamentar e isso preocupa pois a ilusão da maternidade perfeita não deixa a mulher ciente de que problemas podem acontecer e que eles são normais. “Se ela não consegue amamentar, pode até dar uma mamadeira, pois o que importa é  como ela dá a mamadeira, se está envolvida no ato. O bebê mamando pela mamadeira vai ter o mesmo comportamento: vai tocar na mãe, sentir o cheiro”, conta Sandra. 

Sabemos da importância do leite materno e Sandra enfatiza que como amamentar é tão essencial quanto a pura ingestão habitual do leite materno apenas pela obrigação. “Tem muitas mães que amamentam seu filho falando no celular. Elas estão se relacionando com o filho ou com o celular? Isso não é uma relação. Ela não está dando oportunidade do filho poder confiar nessa mãe e saber que ali tem o leitinho quentinho, o aconchego, o afeto e que isso vai tornar ele um ser melhor e saber se relacionar melhor com esses primeiros contatos”, explica Sandra.

Por isso, se você pensa que o fato de você não conseguir amamentar o seu bebê te faz menos mãe, você está enganada! Procure um psicólogo para receber a orientação mais adequada ao seu caso, assim, as frustrações se tornarão momentos inesquecíveis ao lado do seu bebê. A psicóloga Sandra Sterenberg é uma das nossas especialistas no assunto e pode te ajudar. Agenda a sua consulta pelo nosso site!

Conheça mais sobre a psicóloga entrevistada: Sandra Sterenberg

Psicóloga, com mais de 30 anos de experiência na área clinica, me dedico ao que mais acredito: ajudar quem me procura com seus conflitos e questionamentos, onde juntos poderemos dar novos sentidos à sua vida.

Graduada em Psicologia, Especializada em Psicoterapia Psicanalítica de Adulto e Pós Graduada em Psicoterapia Psicanalítica pala USP. Especializada em Intervenção Precoce entre Mães e Bebês pelo Sedes Sapienteai. Participante do Grupo de Adoção e Parentalidade da Sociedade Brasileira de Psicanálise de SP. Clique aqui e agende sua consulta com a psicóloga Sandra Sterenberg.

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