O ciúme exagerado é mais nocivo do que se pensa! Confira aqui os sintomas de ciúme patológico e saiba como agir!
Roberto Carlos já dizia em um dos seus maiores sucessos “Ciúme de Você”: “Entenda que no meu coração tem amor demais, meu bem, e essa é a razão do meu ciúme, ciúme de você”. Sentir ciúme é normal e todo mundo já o sentiu um dia, seja de parceiros(as), familiares ou até mesmo de objetos. Em níveis normais, o ciúmes não é prejudicial e é uma emoção comum aos seres humanos.
O psicanalista austríaco, Sigmund Freud, considerado o pai da psicanálise, explicou em seu livro “Alguns Mecanismos Neuróticos no Ciúme, na Paranoia e no Homossexualismo” que o ciúme é “ um daqueles estados emocionais, como o luto, que podem ser descritos como normais”.
O medo da perda é a força-motriz do ciúme, e ele pode gerar outros sentimentos como a raiva, irritabilidade, tristeza e obsessão. A ausência do ciúme, assim como outras emoções consideradas normais, pode ser um sinal de patologia também, assim como o seu excesso: “Se alguém parece não possuí-lo, justifica-se a inferência de que ele experimentou severa repressão e, consequentemente, desempenha um papel ainda maior em sua vida mental inconsciente” (FREUD – 1922). Mas e quando o ciúme vira doença?
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Ciúme patológico
Quando o ciúme se torna exagerado e desmedido, pode ser que ele se enquadre no que o MSD chama de “transtorno delirante”, uma série de “delírios divididos entre não bizarros (envolvem situações que poderiam acontecer, tais como ser seguido, envenenado, infectado, amado a distância ou enganado pelo cônjuge ou amante) ou bizarro (envolvem situações implausíveis como acreditar que alguém removeu os órgãos internos sem deixar cicatriz)”.
O transtorno delirante pode ser do tipo “ciúmes”. Esses indivíduos acreditam piamente de que seu cônjuge é infiel baseando-se em crenças vazias, sem provas e sustentadas por fracas evidências — ou nenhuma.
Ciúme patológico: Sintomas
O ciúme excessivo pode ser identificado através de alguns sinais divulgados pelo Manual MSD:
1- Desconfiança
Sair sozinho? Falar no celular à noite? Ir ao happy hour do pessoal do escritório? Nada disso entra na cabeça de quem tem ciúme patológico. A desconfiança faz com que ele esteja sempre em dúvida e à procura de pistas que incriminem o cônjuge. A possessividade vem junto da desconfiança e os ciumentos nunca se sentem bem quando o(a) parceiro(a) tem algum evento independente.
2- Ressentimento
O ciúme está sempre presente na vida do indivíduo com transtorno delirante. Todas as situações que o fizeram sentir ciúme e os sentimentos subjacentes como raiva, tristeza, impotência e angústia são guardados e trazidos à tona a qualquer momento. São indivíduos extremamente rancorosos e guardam todos os momentos no seu dossiê emocional da infidelidade que ele julga ter acontecido.
3- Situações interpretadas à seu modo
O Manual MSD aponta a “tendência a ler significados ameaçadores em observações ou eventos benignos” como um dos sinais de ciúme patológico. Eles enxergam qualquer frase com desconfiança e interpretam-na como uma prova concreta de que o(a) parceiro(a) o está traindo. Esse comportamento irracional, emocional e repleto de mania de perseguição o faz estar sempre alerta e pronto para se sentir ofendido e traído.
4- Raiva
Qualquer atitude suspeita pode despertar sua fúria, afinal, eles não sabem como controlar o ciúme. Quem sente ciúme de tudo está sempre à flor da pele e acaba estourando com os cônjuges frequentemente. Esse tipo de comportamento pode levar ao desgaste da relação e até à episódios mais graves em que o ciúme pode chega ao ponto da agressão física.
5- Não respeita a privacidade alheia
O indivíduo com transtorno delirante não confia em seu cônjuge e costuma vasculhar os pertences dele(a) em busca de alguma prova que confirme a infidelidade. Os hábitos mais comuns envolvem checar o celular do(a) parceiro(a), perseguir, seguir, criar perfis fakes nas redes sociais para calcular armadilhas para testar a lealdade do(a) parceiro), entre outros comportamentos extremamente invasivos.
Outros sintomas comuns do transtorno delirante são:
- Impulsividade;
- Suspeita de um terceiro no casal sem provas;
- Possui incapacidade de controlar o ciúmes;
- Justifica suas suspeitas com explicações infindáveis;
- Interpreta as situações à seu modo;
- Interroga e investiga a pessoa de quem sente ciúmes constantemente;
- É invasivo(a);
- Ignora os fatos concretos que possam inocentar o outro das suspeitas;
- Entre outros.
Tratamento para ciúme doentio
O tratamento psicológico para ciúmes é um dos melhores meios para identificar causas e oferecer técnicas para diminuir seus efeitos profundos na vida dos pacientes. Porém, existem casos extremos em que a intervenção medicamentosa se faz necessária.”Em alguns pacientes a ideia de infidelidade é tão forte, tão recorrente no pensamento, que altera as relações com outras pessoas. Nesses casos, uma medicação pode atenuar a intensidade dessa ideia fixa”, aponta o psiquiatra Walter Ghedin em entrevista à BBC.
É essencial aprender como lidar com o ciúme, seja nos casos patológicos ou normais, pois a saúde psicológica tanto de quem sente o ciúme, ou de quem é afetado por ele, sofre. Caso esteja passando por algo parecido, converse com um de nosso psicólogos. A Telavita pode te ajudar, onde estiver e quando quiser.
Tenho quase certeza que meu namorado tem esse problema de ciúme patológico, mas não consigo fazer ele enxergar. Pedi pra fazermos terapia juntos mas ele é preconceituoso com essas idéias. Preciso de ajuda! Preciso falar com alguém, mas não tenho recursos pra bancar uma terapia infelizmente.
Eu gostaria de conversar com um dos Psicólogos da Telavita.