A primeira gravidez é um momento de muita expectativa e alegria, mas também envolta de questionamentos e medos. A fonte desses medos nasce da pressão social que os pais de primeira viagem sofrem, pois deles é esperado que saibam tudo e que estejam preparados para cuidar daquela nova vida.

A verdade é que os pais não nascem sabendo ser pais, eles se transformam com a chegada do bebê. O aprendizado vem com a rotina, com os cuidados e com o amor que nutrem por aquele ser tão pequeno e indefeso, e ao verem o ser pequeno e indefeso, se veem no dever de protegê-lo.

O que os pais de primeira viagem devem fazer é procurar sempre pelo conselho e ajuda de um médico especialista, seja ele o pediatra do bebê ou um psicólogo da família. Reunimos aqui alguns questionamentos que os pais geralmente têm nesse momento da vida. Confira abaixo algumas dicas para pais de primeira viagem!

1 – Serei capaz de criar um bebê?

A notícia da gravidez foi dada. Agora é a hora de aprender a lidar com o turbilhão de emoções que tomarão conta tanto da mãe de primeira viagem, quanto do pai. O primeiro medo deles muitas vezes é em relação a capacidade de cuidar dessa nova vida. Como criar filhos?  Como ser a base para alguém tão cheio de necessidades? 

Esse medo é normal. Sentir medo é uma emoção desagradável, porém necessária. Ele nos alerta para a presença do perigo. A definição de medo tem origem no latim “metus” e significa inquietação e receio, sendo eles respostas bioquímicas ou emocionais perante a algo.

Por isso, o medo faz com que o ser humano crie mecanismos de defesa e aprendizado para as situações adversas. Com o passar do tempo, os pais assimilam o que devem ou não fazer e, portanto, os medos que antes sentiam, serão substituídos por novos receios, e assim por diante.

2 – Conseguirei passar pelo parto?

A grande maioria das mães de primeira viagem podem sentir medo do parto. Afinal, esse é o momento crucial da gravidez e desperta as mais variadas emoções. A grávida de primeira viagem pode pensar frequentemente na dor do parto e se será capaz de dar à luz. O medo de perder o bebê ou que algo ruim aconteça na hora do parto passa diversas vezes pela cabeça da mãe e muita cobrança e pressão pode surgir disso.

O problema é quando a preocupação passa dos limites e se transforma em ansiedade demasiada. Estudos apontam que a ansiedade na gravidez pode atingir de  5 a 16% das mulheres. A ansiedade extrema e prologada traz diversos problemas tanto na saúde física quanto psicológica, isso porque aumenta drasticamente o risco para depressão pós-parto, estresse pós-traumático, entre outros.

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3 – A quem devo ouvir na hora dos conselhos?

Algo que nunca faltará para os novos pais são conselhos e comentários de tudo quanto é canto e, na maioria das vezes, não requisitados. É preciso muito jogo de cintura para contornar a situação e saber que, ás vezes, o método aplicado para uma criança, não terá o mesmo efeito para a outra.

Por isso, fique calmo e não se preocupe caso não faça a mesma coisa que os seus vizinhos. Lembre-se sempre que o pediatra ou psicólogo são os que saberão lhe dizer com precisão o que fazer em determinada situação. 

É claro que conselhos e experiências de quem já passou pelos primeiros passos de como se tornar pai e mãe são bem-vindos, mas é preciso filtrá-los e não se desesperar.

4 – Conseguirei amamentar e alimentar o bebê?

Depois da hora do parto, essa é uma das angústias mais comuns das mulheres com relação á maternidade. Esse não é um assunto muito discutido, mas a amamentação pode não ser tão simples e bonita como os filmes e comerciais pintam. Algumas mulheres não conseguem amamentar logo de primeira e isso pode gerar grande estresse e sentimentos de culpa, pois a mãe tende a culpar a si mesma por tudo o que se refere ao bebê.

É questão de tempo, de jeito e do bebê aceitar ou não a amamentação vinda da mãe. Pode ser que o bebê pegue logo de primeira, ou que demore semanas ou que ele nunca aceite. É importante não se desesperar e estar sempre auxiliada pelo pediatra. É ele quem encaminhará a solução adequada para o seu caso.

Segundo o ProLactare, “no Brasil (2009), menos de 70% das crianças mamaram na primeira hora de vida”. Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) também esclarecem: “Apenas 39% dos bebês brasileiros de até 5 meses são alimentados só com leite materno”. Ou seja, problemas ao amamentar não são raros. Caso esteja enfrentando problemas referentes a amamentação, não se culpa! Procure auxílio médico. 

5 – E se o bebê ficar doente?

O ventre materno é um local seguro, quentinho e protegido dos males do meio externo. A partir do momento em que o bebê sai desse ambiente confortável, ele é exposto a um novo mundo de organismos no qual não está acostumado.

A criação de anticorpos, ou seja, proteínas responsáveis pela defesa do organismo, se dá com o tempo, afinal, o sistema imunológico do bebê ainda está em formação. As vacinas auxiliam nesse processo de defesa, mas o fato é que, independentemente disso, o bebê ficará doente em algum momento do desenvolvimento infantil e isso é normal. 

Uma das maneiras mais eficazes de aumentar a imunidade do bebê é através da amamentação exclusiva até os seis meses de idade, conforme indica a Organização Mundial de Saúde (OMS), pois o leite materno possui os nutrientes e anticorpos ideais para o bebê. É importante estar em dia com todas as vacinas, evitar o contato com ambientes ou pessoas que possuam algum tipo de doença infecciosa, cuidar da higiene do bebê e estar sempre atento aos riscos. Mesmo com toda a profilaxia indicada, a imunidade do bebê irá baixar. Quando acontecer, leve-o direto para o pediatra. 

6 – Conseguirei educar o meu filho?

Educar filhos não é tarefa fácil. Para o papai e mamãe de primeira viagem é mais assustador ainda, pois eles só foram filhos, até o momento. Como se transformar em pais e educar uma criança?

Um dos erros mais comuns é tentar copiar a educação que os pais receberam ou o exemplo de outros pais. Cada qual vive no seu contexto social, na sua época história, na sua situação financeira e nos seus ideais, por isso, se comparar aos outros não é uma maneira boa de começar a educação do filho. É claro que os conselhos e exemplos podem ser seguidos, mas é importante ter como base suas próprias regras e convicções.

Ser um bom exemplo, tecer regras claras e praticáveis, passar confiança e auxílio à criança são ótimas bases para a educação. As crianças tendem a seguir o que os pais mostram, por isso, é essencial prestar atenção na maneira com que os pais tratam um ao outro e também como tratam aqueles que o cercam. A boa educação vem de casa. Não há escola que consiga moldar o ser humano que já chega na sala de aula sem qualquer base de valores e educação.

A psicologia infantil também é a chave na hora de educar a criança e pode ser uma peça fundamental no quebra-cabeças. Além dos pais, a criança conta com um profissional capaz de direcionar os métodos corretos na hora dela lidar com os problemas e desafios que a infância oferece. Assim, ela se tornará um adulto mais confiante, com autoconhecimento e capacidade de enfrentar as situações adversas do dia a dia.

7 – O que podemos fazer para nos acalmar diante desses medos?

Um dos erros mais comuns dos pais de primeira viagem é pensarem que conseguem lidar com tudo sozinhos. E, como qualquer ser humano, precisamos de ajuda quando temos muita bagagem nas costas.

Procurar auxílio psicológico nesse momento da vida é muito importante pois auxilia os pais a lidarem consigo mesmos e com a nova vida que está por vir. Além disso, o psicólogo ou psiquiatra ensina-os a lidar com os medos e a diminuir as preocupações e angústias. 

Dar vida a um novo ser e criá-lo nesse nosso mundo um tanto caótico pode parecer assustador, mas tudo é possível se existe calma, sabedoria e o auxílio de profissionais capacitados. 

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