Última atualização em 10 de julho de 2025

Durante muito tempo, o conceito de saúde dentro das empresas se concentrou quase exclusivamente em dois pilares: o físico e o mental. Programas de ginástica laboral, planos de saúde e ações para lidar com o estresse dominaram a agenda do bem-estar corporativo. 

No entanto, um pilar essencial tem ganhado espaço, ainda que timidamente: a saúde social. Trata-se da nossa capacidade de construir e manter vínculos de confiança, de se sentir pertencente e incluído em uma comunidade. Neste caso, o ambiente de trabalho.

Hoje, explicamos o que é saúde social, por que ela deve ser levada a sério nas estratégias de RH. Vem descobrir como promovê-la de forma prática e acessível nas organizações.

O que é saúde social?

A saúde social pode ser definida como a habilidade de desenvolver e sustentar relações interpessoais saudáveis. Sendo elas baseadas em empatia, confiança, apoio mútuo e sentimento de pertencimento. 

Ela não se resume à quantidade de interações, mas à qualidade dessas conexões.

Em outras palavras, não basta estar cercado de pessoas no escritório — é necessário sentir que se pode contar com elas, ser ouvido, respeitado e valorizado.

A ausência desse suporte pode gerar sentimentos de exclusão, solidão e até ansiedade. Um estudo publicado no Harvard Business Review revelou que a solidão no ambiente de trabalho tem o mesmo impacto negativo na saúde que fumar 15 cigarros por dia. Isso torna essa situação, um fator de risco para doenças cardiovasculares e distúrbios emocionais

Além disso, as relações interpessoais são o “cimento invisível” da cultura organizacional. 

Quando elas são frágeis, os valores da empresa se tornam apenas palavras nos quadros da recepção. Mas quando as conexões são fortes e autênticas, elas se traduzem em ações cotidianas, influenciando diretamente a motivação, o desempenho e o comprometimento coletivo.

Por que a saúde social importa nas empresas?

A importância da saúde social nas empresas vai além da ideia de um ambiente “agradável”. 

Ela influencia diretamente indicadores de performance, engajamento e retenção de talentos. Quando colaboradores se sentem emocionalmente desconectados ou invisíveis, sua motivação tende a cair, e o risco de burnout e afastamentos aumenta.

Um levantamento da Gallup mostrou que funcionários que têm um “melhor amigo” no trabalho são sete vezes mais propensos a se sentirem engajados

A saúde social é essencial para o trabalho colaborativo, a criatividade e a inovação. Ideias originais surgem com mais frequência quando existe espaço para o diálogo, escuta ativa e confiança. Isso vale tanto para equipes de criação quanto para setores operacionais: a inovação nasce da troca — e não do silêncio ou da insegurança.

Em tempos de modelos híbridos e home office, o risco de desconexão aumentou. Muitas empresas perceberam que produtividade remota não é sinônimo de vínculo emocional. Estar online não é o mesmo que estar integrado. Daí a importância de cultivar, mesmo à distância, espaços de convivência e canais de apoio social.

Sinais de que a saúde social da empresa está fragilizada

É possível diagnosticar problemas na saúde social da empresa observando o dia a dia e ouvindo as pessoas. Um ambiente com poucas interações espontâneas, excesso de formalidade nas relações ou falta de troca entre áreas pode ser sintoma de uma cultura empobrecida em conexões humanas.

Alguns sinais claros incluem:

  • Colaboradores constantemente isolados, que evitam interações, não participam de momentos coletivos e se mostram apáticos nas reuniões. Isso pode indicar desde introversão até desconforto com o ambiente.
  • Clima de competição e desconfiança, onde prevalecem fofocas, panelinhas ou medo de compartilhar informações. Em vez de colaboração, os times atuam como ilhas.
    Falta de rituais coletivos: Datas importantes passam em branco, não há comemorações, reconhecimento ou espaços para trocas informais.
  • Alta rotatividade e engajamento em queda, com profissionais talentosos deixando a empresa ou apresentando queda de desempenho, mesmo com bons salários e benefícios.
  • Falta de segurança psicológica, ou seja, medo de errar, medo de falar, medo de não ser aceito.

Como o RH e a área de saúde podem promover a saúde social?

Felizmente, promover saúde social no ambiente corporativo não exige grandes orçamentos. O que se exige é intenção e continuidade. Ações simples, consistentes e humanas podem transformar profundamente a forma como as pessoas se relacionam entre si e com a empresa.

1. Criação de espaços de convivência reais e virtuais

 Ambientes informais onde as pessoas possam se encontrar sem uma pauta definida: salas de descanso, cafés coletivos, canais no Slack para interesses diversos, sessões de jogos ou meditação. Isso favorece a espontaneidade e o reconhecimento das individualidades.

2. Grupos de afinidade e diversidade

Clubes internos de leitura, de pais e mães, de grupos LGBTQIA+, de afinidades culturais ou esportivas aumentam o sentimento de pertencimento. Ao reconhecer a pluralidade de interesses e identidades, a empresa dá um passo rumo a uma cultura mais inclusiva.

3. Rituais e celebrações coletivas

Marcar aniversários, conquistas, projetos entregues ou datas simbólicas com pequenas celebrações reforça vínculos emocionais. Pode ser com um mural, uma mensagem em vídeo, um café especial. O importante é criar memória afetiva no ambiente de trabalho.

4. Capacitação em escuta ativa e empatia

Treinamentos voltados para líderes e colaboradores, com foco em comunicação não violenta, escuta acolhedora e construção de confiança, são fundamentais. Um líder que sabe ouvir constrói times mais conectados e saudáveis.

5. Monitoramento do ambiente psicossocial

Realizar pesquisas de clima organizacional com foco em pertencimento, apoio e integração. Ferramentas anônimas de feedback contínuo ajudam a detectar problemas antes que se tornem crises.

6. Investimento em programas de saúde emocional

Psicoterapia corporativa, rodas de conversa com especialistas, grupos de apoio e conteúdos sobre bem-estar emocional contribuem para que os colaboradores se sintam vistos e cuidados de forma integral.

Mais do que atividades pontuais, trata-se de criar uma cultura de cuidado mútuo, em que o trabalho não seja apenas fonte de renda, mas também de relacionamento humano e crescimento coletivo.

Conclusão

Em um mundo corporativo que valoriza performance, não podemos esquecer que o pertencimento também é uma métrica de sucesso. Investir em vínculos humanos é investir em segurança emocional, engajamento e sustentabilidade organizacional.

Se o trabalho ocupa grande parte da vida adulta, que ao menos ele seja também um espaço onde as pessoas possam se sentir vistas, ouvidas e conectadas — não apenas produtivas.

Agora, se você também que saber como fortalecer a saúde social da sua empresa, achou o lugar certo. Conheça nossas soluções de saúde emocional e bem-estar no ambiente de trabalho.

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