Amamentação: O ato de amamentar e a saúde mental da mãe. Psicóloga entrevistada: Sandra Sterenberg

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saúde mental e amamentação

O mundo mágico e colorido da gravidez e da chegada de um filho pode facilmente ganhar tons acinzentados se a mãe não receber os cuidados adequados. A saúde física é importante, mas poucas mulheres se preocupam com a saúde mental depois de terem filhos, isso porque toda a atenção vai para o bebê, enquanto a mãe, fica com toda a carga das responsabilidades, estresse e cobranças. Esse “esquecimento” da mãe pelos outros e por ela mesma pode ser visto em pequenos detalhes, como quando alguém vai visitar o recém-nascido e só pergunta pelo bebê, tornando a mãe um fantasma da própria criação.

O que muita gente esquece é que diversas doenças psicossomáticas podem aparecer nesse período tão sensível. Quem pensa que transtornos psicológicos não existem ou que nada têm a ver com o corpo, está muito enganado. A depressão pós-parto, por exemplo, é mais comum do que se imagina. Já são  mais de 2 milhões de casos de depressão-pós parto registrados por ano no Brasil, segundo o portal do Dr. Dráuzio Varella. Embora seja um grande número de mulheres que passam pelo problema, ele ainda é velado pelo preconceito que carrega e impede que o tratamento seja realizado.

Tanto a depressão quanto outras doenças psicológicas afetam o corpo também. Você sabia que ansiedade e depressão podem acelerar os batimentos cardíacos e até desenvolver doenças cardíacas? Pois é… Se você acha que apenas ir ao médico é o suficiente, repense, pois banalizar o papel da psicologia pode afetar não só a sua saúde mental e física, mas a do seu bebê também, afinal, é na amamentação que os primeiros vínculos mãe-bebê são criados. 

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A primeira relação que o bebê tem o com o mundo é através da mãe. É importante que a mulher saiba que o momento da amamentação é único e precisa se doar inteiramente a ele. A psicóloga da Telavita, Sandra Sterenberg, especializada na relação do vínculo mãe e bebê, explica que “a relação mãe-bebê começa a se dar com a amamentação pois é uma relação muito íntima onde o bebê vai começar a se enxergar no mundo através da mãe. Essa relação já começa a mostrar para ele o que é e o que vai acontecer. Ele vai se adaptar à mãe e,ela, ao bebê e suas necessidades. O vínculo se estreita com a amamentação. Se a mãe não se dedica inteiramente à esse momento, deixa uma lacuna em que as relações futuras desse bebê será comprometida pois a primeira relação que ele tem é com a mãe”.

Sandra aponta que algumas mulheres não se dedicam inteiramente ao momento.” Tem muitas mães que amamentam seu filho falando no celular. Elas estão se relacionando com o filho ou com o celular? Isso não é uma relação. Ela não está dando oportunidade do filho poder confiar nessa mãe e saber que ali tem o leitinho quentinho, o aconchego, o afeto e que isso vai tornar ele um ser melhor e saber se relacionar melhor com esses primeiros contatos”.

É cansativo amamentar? Sim. E às vezes a mulher está sobrecarregada, estressada e até desenvolvendo problemas afetivos com o(a) parceiro(a), mas se cala e sofre em silêncio. Essa carga emocional toda é sentida pelo bebê, afinal, como a psicóloga explicou, o primeiro vínculo cognitivo do bebê com o mundo é através da mãe e, se ela se sente mal e não deseja estar ali, amamentando, o bebê também sentirá.

Porém, problemas na amamentação como a mastite, desmame precoce ou a falta de leite podem causar grandes baques emocionais na saúde mental da mãe e, consequentemente, do bebê.  “Se a mãe não consegue amamentar, pode até dar uma mamadeira, pois o que importa é  como ela dá a mamadeira, se está envolvida no ato. O bebê mamando pela mamadeira vai ter o mesmo comportamento: vai tocar na mãe, sentir o cheiro”, conta Sandra. 

A psicóloga também chama atenção para o histórico psicológico dessa mulher antes de ser mãe, pois transtornos psicológicos já existentes nela antes da maternidade, podem afetar a amamentação, como a depressão, a ansiedade, o estresse e outros. Os traumas pré e pós parto também são grandes vilões. Se a mulher sofreu algum tipo de violência obstétrica ou depressão pós-parto, a amamentação pode sofrer com isso. 

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Caso você tenha se identificado com alguma informação citada acima, procure ajuda médica e psicológica. Sentir dor na amamentação ou profunda tristeza durante esse momento não é saudável nem para você, e nem para o seu filho. Você não está sozinha! Conte com a Telavita.

Conheça mais sobre a psicóloga entrevistada: Sandra Sterenberg

Psicóloga, com mais de 30 anos de experiência na área clinica, me dedico ao que mais acredito: ajudar quem me procura com seus conflitos e questionamentos, onde juntos poderemos dar novos sentidos à sua vida.

Graduada em Psicologia, Especializada em Psicoterapia Psicanalítica de Adulto e Pós Graduada em Psicoterapia Psicanalítica pala USP. Especializada em Intervenção Precoce entre Mães e Bebês pelo Sedes Sapienteai. Participante do Grupo de Adoção e Parentalidade da Sociedade Brasileira de Psicanálise de SP. Clique aqui e agende sua consulta com a psicóloga Sandra Sterenberg.

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