O seu início é repentino. Não dá sinais e nem apresenta vestígios. Simplesmente acontece. E, depois, a angústia, a ansiedade e o medo extremo tomam conta. O ataque de pânico surge e logo cessa. O problema é não saber quando irá voltar.

A síndrome do pânico é uma doença caracterizada por crises súbitas de ansiedade aguda. Os ataques acontecem de forma recorrente e causam uma preocupação excessiva nas pessoas, pois não sabem quando irão sofrer novamente com o evento.

O transtorno, ainda, pode levar a modificações no comportamento do indivíduo para tentar evitar situações que possam desencadear um novo ataque. As marcas no psicológico ficam expostas e apresentam sintomas físicos e emocionais claros.

Sendo assim, fica a dúvida sobre a origem desses ataques. A própria pessoa começa a questionar sobre a existência deles e por qual motivo estão ocorrendo. Uma investigação sobre as possíveis causas é necessária.

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Causas do ataque de pânico

As causas da síndrome do pânico ainda não foram totalmente esclarecidas. Entretanto, acredita-se que fatores ambientais, genéticos, estresse contínuo e uso de substâncias lícitas e/ou ilícitas, possam ser desencadeadores.

Na atualidade, com a vida da população mais agitada e mais competitiva, a expectativa de “ter que dar conta” eleva em muito o grau de ansiedade. Nesse sentido, diversos fatores externos, como a violência, economia fragilizada e o desemprego influenciam o cenário.

Diante dessa elevação ansiosa, o indivíduo passa a ter reações de prejuízo psíquico e funcional. Aliás, nosso estilo de sociedade gera condições e possibilidades para a produção de patologias de forma progressiva. Surgem cada vez mais novas formas de padecimento expressas pelo pânico, pela depressão e de psicossomatizações.

O pânico da forma em que é percebido, como um sofrimento da sociedade atual, é entendido como um produto social da contemporaneidade. Então, devemos levar em conta que existe uma compreensão existencial perturbada, como forma de experiência individual contextualizada nas condições sócio históricas.

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Não podemos perder de vista que o mundo pós-moderno possui características que se fundamentam numa ideologia individualista, ou seja, uma cultura do narcisismo dentro de uma sociedade do “espetáculo”.

A pressão e o estresse do indivíduo na busca desmedida pela conquista de seus sonhos, sem o crivo da realidade, fazem surgir o medo do fracasso. Isso provoca uma quebra de visão do mundo, abrindo a porta para o sofrimento e o adoecimento. O produto disso é a transformação do indivíduo e sua família em vítimas da sociedade.

O alerta máximo se configura na síndrome do pânico. Enquanto uma das “doenças sociais”, ela é a expressão da instalação de uma situação de perigo interno e insuportável para o sujeito. Dessa forma, nasce a angústia pela falta de garantias e de indefinições e pelo desabamento da ilusão de um ideal.

Sintomas da síndrome do pânico

Não fazer a menor ideia de quando a crise vai acontecer, ou se vai acontecer, gera um estado de atenção e ansiedade antecipatória. Aliás, esse cenário é propício para o aparecimento de outras comorbidades.

Por conta disso, é importante estar atento aos sintomas do transtorno do pânico. Afinal, conhecer os sinais que precedem o ataque permite tomar as devidas precauções. Então, separei quais são os sintomas mais presentes:

Sintomas psicológicos:

– Medo de morrer;

– Medo de perder o controle;

– Despersonalização, ou seja, impressão de estar desligado do mundo exterior;

– Desrealização, isto é, distorção da visão do mundo e de si.

Sintomas físicos:

– Dor ou desconforto no peito causando sensação de infarto;

– Palpitações e taquicardia;

– Sufocamento e falta de ar;

– Sudorese e formigamentos;

– Náusea;

– Desconforto abdominal;

– Tontura e vertigem;

– Calafrios e tremores.

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Em razão dos sintomas físicos, muitas pessoas procuram um médico ou até um psicólogo para solucionar o problema. Ambos os profissionais devem obter um histórico aprofundado sobre o paciente e solicitar exames para afastar as implicações clínicas. Somente assim, será possível obter um diagnóstico diferencial para se ter a hipótese correta clínica e/ou emocional.

Vale ressaltar que, com frequência, portadores de pânico apresentam quadros de depressão e, às vezes, demonstram vertentes de alcoolismo. Inclusive, essa última aparece como uma forma de fugir e aliviar as crises de ansiedade. Portanto, é necessário todo um estudo para diagnosticar a questão.

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Psicóloga formada em 1982, me especializei em Psicoterapia Breve e Psicologia Hospitalar, tendo feito mestrado em Psicologia da Saúde. Toda minha vida profissional foi fundamentada numa postura ética humana, tendo trabalhado como psicoterapeuta (analítica dinâmica) em meu consultório, psicologia oncológica e psicologia hospitalar (UTI de adultos - politrauma, cardiologia e neurologia), sala de Emergência (atendendo tentativas de suicídio por intoxicação e dependência química) e também atuado como professora de Psicologia Educacional, em escolas estaduais no início de carreira, nas Faculdades Oswaldo Cruz (curso de especialização em Oncologia) e na UNICID (matéria de toxicologia clínica na Faculdade de Medicina e Psicologia Forense na Faculdade de Direito). No hospital fui Chefe da clínica de Psicologia Hospitalar (por três anos) e na clínica de oncologia coordenei a equipe multiprofissional. Atualmente atendo clinicamente, e desenvolvo um trabalho de mentoria.

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