O número de adolescentes em conflito com a lei, ou seja, que cometeram infrações e crimes tem aumentado drasticamente, o que causa interferência negativa na composição familiar, assunto que precisa ter um foco maior pois é um impacto não somente na saúde do jovem, mas é algo de abrangência coletiva.

As proporções foram mostradas pelo IBGE, onde existem um total de 34.870 adolescentes autores conscientes do crime cometido.

Esse é um cenário que não só reflete a dificuldade das famílias de entregar as condições básicas no desenvolvimento dos jovens, mas também em relação ao psíquico que por causa das ações desfavoráveis eles começam a ver a vida de um modo inapropriado, pensam como se não tivessem capacidade, e por isso se autoexcluem.

Entendendo a situação

No Brasil o indivíduo menor de idade, que comete alguma infração é chamado de ” adolescente em conflito com a lei“, denominado assim pelo Estatuto da Criança e Adolescente. E para todos os atos desses adolescentes, internacionalmente se utiliza o termo “delinquência juvenil“. Mas o que precisa ser avaliado antes mesmo das nomenclaturas que são utilizadas, é a situação desses jovens em relação ao seu desenvolvimento.

No Departamento de administração Socioeducativa de Santa Catarina, – conhecido por Dease – mostra uma pesquisa que de 633 adolescentes que cometeram uma infração, somente 562 passaram pelo sistema de recuperação. Ou seja, infelizmente esse número é mais do que os adolescentes que receberam tratamento.

Por que tantos adolescentes envolvidos?

A grande resposta está na desigualdade econômica, que dificulta o crescimento e desenvolvimento de milhões de adolescentes, e é por isso que não possuem uma base sólida para a educação ou oportunidades de crescimento.

O IBGE novamente prova essas informações através das porcentagens, onde quatro em cada dez brasileiros vivem em estado de total miséria, entre eles 40% são meninos e meninas de até 14 anos. E completando, de toda a população 38% dos adolescentes ( de 12 a 17 anos)  então em condição de pobreza.

Porém a revolta que se estabelece no psicológico desses adolescentes não são exclusivamente das famílias de renda baixa. Menores que partem para o mundo do crime ou apresentam descontrole comportamental no geral são na maioria das vezes frutos de relações familiares desequilibradas, e isso não representa somente condições financeiras.

Esse ponto frágil em suas formações, é reflexo de uma má construção de identidade, que é construída dentro da escola e principalmente na família. Os pontos mais comuns que mostram os motivos pelos quais esses jovens se desestruturam são:

  • Discussões entre pessoas da família;
  • Diversas formas de vivência de violência (seja física ou verbal, seja com ele ou não);
  • Pessoas próximas com vícios, principalmente quando se mostram agressivas e geram medo.

Ou seja, resumindo o problema principal na formação dos jovens que apresentam agressividade é a violência em todas suas faces. E esta também se mostra na forma de educá-los e corrigi-los.

Qual Perfil dos adolescentes?

Segundo o Dease, com base no sistema socioeducativo de Santa Catarina, com o total de 562 adolescentes entrevistados, o perfil se completa:

  • sexo: 529 são do sexo masculino;
  • idade: 398 de 15 a 17 anos;
  • escolaridade: 335 com ensino fundamental incompleto;
  • frequência escolar234 que não estudam atualmente;
  • drogas: 193 que atualmente faz uso de drogas;
  • tipos de infrações: tendo uma escala de 287 por roubo e em segundo por tráfico de drogas por 114 indivíduos.

É possível recuperar um adolescente?

Sim, é possível a recuperação desses adolescentes, pois eles apresentam uma visão equivocada da vida. Por isso que através da orientações de sistemas educacionais e principalmente de psicológicos e da família, farão com que o indivíduo mude sua forma de pensar e agir. Isto é, deixar que eles entendam que o caminho da educação, é o melhor para se seguir em relação a todas as áreas da vida.

É preciso atuar com uma forma rápida para que a recuperação seja da mesma agilidade, e assim recuperar a vida de milhares de jovens que por falta das condições necessárias, não tiveram a oportunidade de aprender, crescer e serem inclusos na sociedade de modo correto.

Esses adolescentes precisam se sentir acolhidos e necessários na estruturação familiar, ele precisa enxergar que ele faz parte desse todo e o processo de recuperação se torna muito mais eficiente quando há o trabalho dos parentes nessa reestruturação. Sozinho, para eles ficará mais complexo e difícil de entender e criar expectativas de um futuro melhor.

O diálogo se torna mais uma vez a principal chave de sucesso para a recuperação, e ele precisa ser aprendido pelas pessoas responsáveis por esses jovens, ou seja, esse é um processo que inclui a reeducação de todos.

A mente do ser humano é muito complexa e ela necessita de direcionamento adequado, desde o início de sua vida. Quando um desses pontos tão importantes se desfaz, o indivíduo perde a base e a família pode ser o maior impacto para a determinação de caráter e índole de uma pessoa.

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