Síndrome de Estocolmo: os intrigantes vínculos emocionais entre vítimas e agressores

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Estocolmo síndrome

A Síndrome de Estocolmo é um fenômeno psicológico que ocorre quando uma pessoa desenvolve uma ligação emocional com seu sequestrador ou agressor, e começa a ter sentimentos de simpatia, empatia ou até mesmo amor por essa pessoa.

No entanto, esse fenômeno recebeu esse nome devido a um assalto a banco que ocorreu em Estocolmo, Suécia, em 1973, onde os reféns desenvolveram sentimentos positivos em relação aos sequestradores.

A síndrome de Estocolmo e a série La Casa de Papel

Uma das séries de maior sucesso nos últimos anos foi La Casa De Papel, produção da Netflix que virou febre no Brasil. A história dos ladrões que partiram numa missão quase impossível de roubar a Casa da Moeda da Espanha, despertou os mais variados sentimentos, inclusive o de simpatia pelos criminosos. O público até torceu para que, no final, o grupo liderado pelo Professor obtivesse sucesso no crime.

A relação mais inesperada da obra foi, com certeza, entre as personagens Denver, um dos ladrões, e Monica, funcionária do banco e sua refém. Ela, grávida, vulnerável e em choque pelo trauma sofrido no sequestro, encontrou nos cuidados e preocupação do jovem Denver, a calma que precisava para enfrentar todo o caos da situação. Entretanto, a relação desenvolveu de amizade para romance, e o casal foi então formado.

Mas o que fez com que sentimentos de afeição e paixão surgissem por parte de Monica? E o que fez com que Denver quebrasse todas as regras do grupo para ficar com a refém? É aí que entra a psicologia da Síndrome de Estocolmo.

O que é Síndrome de Estocolmo?

Como visto, a Síndrome de Estocolmo é caracterizada por um estado psicológico de intimidação, violência ou abuso em que a vítima é submetida por seu agressor. Porém, ao invés de repulsa, ela cria simpatia ou até mesmo um laço emocional forte de amizade ou amor por ele.

Isso acontece pois as vítimas criam um tipo de identificação com os agressores, de modo que entendem a situação em que estão e partilham de seus sentimentos. No entanto, o que favorece esse cenário são as possíveis atitudes simpáticas e gestos gentis que o raptor pode ter com a vítima, e, essa, sob o estresse da situação iminente de perigo, passa a se sentir ligada a ele.

A síndrome de Estocolmo foi descrita por Nils Bejerot, em 1973, como um estado psicológico particular, no qual a vítima demonstra indícios de lealdade e sentimento de gratidão para com seu sequestrador.  É um mecanismo de defesa por medo de retaliação. (Montero, 1999).”

Sintomas

A síndrome de Estocolmo não é clinicamente listada no Manual Oficial de Doenças MSD, portanto, não possui sintomas amplamente estudados ou comprovados. Entretanto, Elizabeth L Sampson, pesquisadora, reuniu o perfil de cinco casos em que, os cinco, apresentavam os mesmos sintomas:

  • Traumas de abuso físico e/ou psicológico;
  • Ameaças;
  • Episódios de isolamento e confinamento em que tiveram oportunidades de escapar, mas não o fizeram;
  • Simpatia, compressão e laços emocionais criados pelos captores.

Síndrome de Estocolmo: Tratamento

O tratamento da Síndrome de Estocolmo é complexo e pode variar dependendo das circunstâncias individuais e das necessidades da pessoa afetada. Como a síndrome envolve aspectos psicológicos e emocionais, é essencial que seja realizado por profissionais de saúde mental, como psicólogos ou psiquiatras.

A psicoterapia, no entanto, é uma grande aliada nesses casos. Isso pois, o psicólogo consegue identificar as origens do comportamento e utilizar técnicas para fazer com que o paciente compreenda melhor suas motivações e transforme esse comportamento. Esse é o tipo de terapia chamada “cognitivo-comportamental”.

A TCC concentra-se na identificação e modificação de padrões de pensamentos disfuncionais e comportamentos inadequados, buscando promover mudanças positivas na maneira como a pessoa percebe e responde às situações.

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