A solidão é capaz de aumentar o risco de morte tanto quanto um transtorno como o da obesidade. Pesquisas realizadas recentemente, apontam que pessoas solitárias aumentam em 26% o seu risco de morte.

Entretanto, um estudo realizado pela Science of Us, indica que há um comportamento diferenciado no cérebro das pessoas sozinhas, e isso pode ser o início de um processo para melhor compreensão e tratamento de quem sofre deste distúrbio.

Entendendo o motivo da Solidão

Ao contrário do que muitas pessoas acham, os solitários possuem sim consciência de como se socializar, mas o receio e medo de não conseguir se expressar em público o impede de realizar tal prática.

Em alguns estudos sobre o tema, descobriu-se que essas pessoas, possuem na verdade uma consciência maior de como deve se portar e ser sociável do que quem não possui o problema. Sendo assim, o transtorno está em como colocar em ação o conhecimento.

Em um relacionamento por exemplo, a clareza de como deve se comportar e as melhores decisões para cada tipo de situação são evidentes na mente das pessoas solitárias, mas como passar uma informação ou agir é um enorme bloqueio em suas vidas.

Em uma pesquisa realizada pelo Personality and Social Psychology Bulletin, notou-se que entre os estudantes solitários que se submeteram ao teste – quando não sabiam do que se tratava os questionamentos – possuem uma maior facilidade em identificar expressões de emoções em rostos, o que os levam a saber melhor como se comportar e o que dizer sociavelmente.

Mas, quando informados de que as questões envolviam habilidades de convívio em sociedade, esses mesmos alunos, devido ao alto receio de rejeição e erro saíram muito piores nos testes. O nervosismo os consumiam de uma tal maneira que eles perderam o foco que possuíam anteriormente.

A Mente da Pessoa Solitária

O cérebro de quem é solitário procura a todo instante por sinais de rejeições. Em uma pesquisa do ScienceDirect, encontramos no estudo uma experiência onde quem vive sozinho, ao assistir um vídeo com o tema de convívio social, o analisa de forma meticulosa procurando por sinais de exclusão em algum personagem, ou manifestações de isolamento de algum indivíduo.

Uma experiência mais clara foi realizada pela Universidade de Chicago, onde 32 pessoas que não se consideravam solitárias foram convidadas a participar e outras 38 muito sozinhas também se voluntariaram ao experimento.

Todos eles tiveram que olhar para um painel com palavras de diversas cores e apontar em que cores essas palavras estavam escritas (ou seja, o importante aqui era identificar a cor, não o significado das palavras), seus estímulos cerebrais no momento do teste eram analisados através de sensores.

Essas palavras eram algumas negativas (solidão por exemplo), outras positivas (comemoração), emocionalmente negativas mas não sociais (infelicidade) ou emocionalmente positiva mas não social (felicidade).

Durante 280 milissegundos quando uma palavra era exibida, os microestados do cérebro das pessoas solitárias se apresentavam de maneira igual para qualquer tipo de palavra. Contudo, logo após esse período, o cérebro possuía uma reação diferente na área do controle quando as palavras eram de negativas sociais, assumindo um estado de vigilância. Nos indivíduos não solitários, esse estado só despertava aos 480 milissegundos.

Mesmo parecendo uma pequena diferença, esse teste afirma que pessoas muito sozinhas são capazes de detectar ameaças sociais de forma mais rápida que o normal.

Outro ponto muito importante com esse estudo e grave ao mesmo tempo, é que esse tipo de pessoa está muito mais ligada às emoções negativas do que as positivas. Apesar de serem mais alertas e menos propensas a manipulações e fraquezas, elas se afundam cada vez mais em seus sentimentos de medos e receios, o que ocasionam o aumento do índice de morte mais precoce entre essas pessoas e uma saúde frágil.

A solidão pode desencadear outros problemas psicológicos e físicos mais graves e por isso requer atenção e tratamento assim que notada a sua presença na vida de uma pessoa.

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