A forma como vemos algumas situações do dia a dia, podem despertar em nós sentimentos capazes de impactar nossos comportamentos e relacionamentos. Infelizmente, geralmente, somos tomados por emoções negativas, que atrapalham nossa convivência.

Por exemplo, quando falamos do sentimento da raiva, ela não ocorre simplesmente por causa de algo que outra pessoa tenha feito, mas porque alguma coisa dentro de nós reage àquilo que os outros fizeram.

Dessa forma, o que causa tais sentimentos é a avaliação que fazemos em relação ao que aconteceu. E, às vezes, isso pode ser motivado pelo julgamento que fazemos das pessoas e pensamentos que nos deixam nervosos.

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O que é Comunicação Não-Violenta (CNV)?

A Comunicação Não-Violenta (CNV) é uma linguagem de compaixão, que busca criar empatia para fortalecer nossas conexões humanas. Além disso, ela nos ajuda a identificar sentimentos e necessidades não atendidas no nosso cotidiano.

Um ponto interessante dessa comunicação é que ela nos faz assumir a responsabilidade pelas nossas ações. A CNV oferece ferramentas capazes de trazer mais consciência para o que fazemos, além de aprofundar nossa conexão com nós mesmos e com os outros.

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A linguagem da CNV inclui duas partes: nos expressar honestamente e ouvir os outros com empatia. Praticar a Comunicação Não-Violenta envolve distinguir julgamentos para aprender a incorporar a consciência embutida nesses componentes.

Ao utilizar essa nova forma de se comunicar, estamos tomando o controle do que sentimos e das reações provocadas. Ou seja, não importa o que podem fazer conosco, pois você irá determinar como isso irá lhe afetar.

O aprendizado do CNV passa por um processo semelhante ao de um novo idioma: é necessário tempo e prática para aperfeiçoar sua utilização. Essa nova forma de comunicação nos convida a atingir um nível de vulnerabilidade e cuidado que, muitas vezes, não nos é familiar. Por conta disso, precisamos ter paciência para adquirir essa habilidade.

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Os pilares da Comunicação Não-Violenta

Observação (Ouvir) Busque separar a observação da avaliação, ou seja, não coloque julgamentos em questão. Leve em consideração o contexto daquilo que está acontecendo para realmente entender a mensagem que está sendo transmitida.
2. Sentimento (Indagar) Tenha consciência da emoção despertada naquele momento. Nesse ponto, não use “o que eu acho”, mas utilize “como eu me sinto”.
3. Necessidade (Compreender) Entenda qual a necessidade que está ligada ao sentimento. Ou seja, qual carência você possui e que resultou naquela emoção que sentiu. Esse ponto pode não ser tão simples, mas fundamental para compreender o que realmente está acontecendo.
4. Pedido (Argumentar) Depois de compreender qual a sua necessidade, é importante fazer um pedido, de forma clara, para que o outro compreenda o que pode fazer para melhorar a situação.

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Passo a passo para uma Comunicação Não-Violenta

Sabemos que no trabalho podemos ter várias situações que podem impactar de forma negativa nossas relações. Sendo assim, é fundamental sabermos a melhor forma de nos comunicar com colegas, subordinados, gestores e clientes.

Dessa forma, mostraremos abaixo um passo a passo para lidar melhor com as emoções no processo de comunicação. Pratique esse guia em alguma situação de relacionamento na qual esteja com alguma dificuldade de comunicação.

1° Passo

Entenda qual foi o estímulo ou situação que desencadeou a emoção, porém não acrescente julgamentos ou avaliações.

Ex: Utilize “Fiquei com raiva depois de me cobrarem a entrega de um relatório”, ao invés de “fiquei com raiva pois as outras pessoas do meu trabalho são muito folgadas e eu tenho que fazer tudo sozinho..

2° Passo

Entenda que a causa da raiva é a avaliação que fazemos em relação ao que aconteceu.

Ex: Muitas vezes, as avaliações que fazemos, como “meus colegas são folgados”, vêem o outro como errado devido ao que fizeram. Entretanto, é importante identificar quais são esses pensamentos, fazendo o exercício de dizermos para nós mesmos “Eu estou com raiva porque estou dizendo a mim mesmo que______________”.

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3° Passo

Identifique quais necessidades não foram atendidas e quais as necessidades dos outros.

Ex: Tenho necessidade de que os relatórios sejam pedidos com uma maior antecedência.

4º Passo

Depois de fazer essa análise interna sobre nossas emoções e necessidades, podemos começar a praticar a Comunicação Não-Violenta. Diga ao outro qual foi a situação motivadora da nossa emoção e qual ação entrou em conflito com o atendimento da nossa necessidade e nossos sentimentos, fazendo um pedido claro.

Ex: “Esse relatório foi pedido com um dia de antecedência. Nesse prazo não consigo fazer todas as análises necessárias para evitar erros e acabo ficando estressado. Podemos combinar um prazo de entrega de cinco dias úteis para novas solicitações?

5º Passo

Nesse processo de comunicação teremos a possibilidade também de entender as necessidades e motivações do outro, o que poderá desmistificar alguns julgamentos preliminares que havíamos feito. 

Ex: Ao questionar sobre o pedido, podemos identificar que a outra pessoa recebeu uma solicitação de um cliente importante e, por isso, pediu em um prazo mais curto (e não por se tratar de uma pessoa folgada).

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