Há muitos filhos que costumam dizer: “meu pai é meu melhor amigo” ou “minha mãe é minha melhor amiga”, frases que fazem a alegria de muitos pais. Mas o fato é que nem sempre é legal ser o amigo deles.

Os atuais pais pertencem a geração Y, e foram criados com mais diálogo do que hoje em dia. Inspirados nesse cenário em que cresceram, eles buscam compensar a ausência física – devido a rotina diária de trabalho – ao se aproximar de forma amigável de seus filhos, e tentam equilibrar esses momentos que eles não estão vivendo ao lado deles, tornando-se amigos (e esquecendo do real objetivo de ser um pai ou mãe).

Existe a necessidade de estabelecer limites na relação de pais e filhos, para isso é necessário a imposição de respeito e dos pais serem o exemplo, o modelo para a criança. Seu filho não é seu confidente ou amigo, e vocês não possuem uma relação ao mesmo nível, pois ele te deve respeito. O relacionamento entre pais e filhos é muito mais profundo do que uma amizade onde você anda em igualdade, aqui você será a figura de inspiração e apoio.

Problemas gerados quando a amizade atrapalha no relacionamento de pais e filhos

  • Adultos frustrados;
  • Pessoas incapazes de lidar com problemas diversos;
  • Adultos que não aceitam ser contrariados;
  • Dificuldade em superar obstáculos;
  • Imaturidade emocional;
  • Falta de postura com superiores principalmente no trabalho;
  • Não possuem autonomia;
  • Não sabem realizar julgamentos sem o aval de alguém.

Há outros diversos problemas que poderão ser desenvolvidos se não houver uma postura adequada dos pais durante a criação da criança. Muitas vezes os filhos se envolvem em situações que eles como imaturos ainda não sabem lidar. Por exemplo, em uma discussão entre os pais, geralmente a criança se vê em meio ao fogo cruzado, servindo até mesmo de portador de recados entre o casal. Ele não tem discernimento suficiente para tentar apaziguar essa discussão, mas mesmo assim tentará. Desenvolverá assim uma preferência entre um dos dois, tomando partido de algum deles. Na pior das situações essa criança com o tempo pode começar a criar rancor de um dos dois, perdendo totalmente a consideração e respeito. Quando essa pessoa crescer e for se relacionar com alguém todos esses pontos fracos e confusões do relacionamento de seus pais se tornarão obstáculos na construção de seu próprio relacionamento.

Então os pais não podem ter um relacionamento aberto com seus filhos?

Ao contrário, os filhos podem sim saber que seus pais passam por dificuldades, que tem momentos que fraquejam ou ficam tristes, mas NUNCA ele deve ser o seu centro de apoio para resolver ou discutir sobre seus problemas. Muito menos ser usado como ouvinte de suas frustrações em seu relacionamento com o seu esposo ou esposa. Não o coloque em uma situação em que ele tenha de tomar partido. Ele tem que aprender com os pais que todos tem seus momentos difíceis, mas que devemos ser fortes para superá-los, e vocês serão o exemplo maior disso. Na construção do caráter dessa pessoa é necessário alguém que seja essa estrutura forte e demonstre como devemos nos impor na vida.

E como manter o diálogo com meu filho se não sou amigo?

O problema pode ser o peso da palavra, quando dizemos em não ser amigo, não significa que você não pode ser próximo de seu filho, que não poderá escutá-lo. Ao contrário, o significado da palavra “pai” ou “mãe” tem que ser algo superior ao amigo. Você deverá ser amável, saber escutar, entender, se colocar no lugar para poder instruir melhor, mas tem que haver aquela barreira das limitações, onde você não perderá o respeito com seu filho esperando que ele te ajude a solucionar seus problemas e nem da parte dele de perder o respeito com a figura de pai que você representa.

Os amigos possuem uma relação de igual para igual, onde um conta com o outro e vivenciam coisas parecidas. Os pais não podem ser assim, pois vocês não são iguais, você é superior ao seu filho e ele precisa de alguém que seja seu porto seguro, que passe confiança e principalmente que possa ser uma referência para copiar comportamentos essenciais para enfrentar o mundo.

Se não houver esse tipo de relacionamento o desenvolvimento dos filhos para julgar o que é bom ou ruim na vida não desenvolve, e para os pais seu filho estará sempre debaixo de “suas asas”, serão sempre como crianças.

Então, não se atente em ser amigo de seu filho, nem se preocupe em terceirizar a criação dele, só não deixe de ser um pai amável mas que sabe impor regras. Eles precisam dessa segurança, de saber que tem alguém para contar e ter como exemplo na hora de enfrentar desafios da vida. O relacionamento entre pais e filhos deve ir além de uma amizade, deve ser algo que não será esquecido, que servirá de exemplo e de inspiração. Seja essa pessoa para eles e tenha a certeza de que você terá feito o melhor trabalho, pois no momento em que você não estiver presente ele saberá como se comportar e o terá como fonte de sabedoria que adquiriu durante sua vida.

Se você não teve esse tipo de orientação durante seu crescimento e não sabe como conduzir esse pensamento e o relacionamento com seu filho, procure ajuda de um psicólogo, nós da TelaVita ficaremos felizes em poder ajudá-los.

2 COMENTÁRIOS

  1. Minha enteada de 18 anos sempre debate com o pai quando ele tenta corrigir e orientar algo de bom para vida dela, quando isso acontece durante a conversa ela atrapalha ele toda hora não o deixa falar direito debocha o tempo todo e sempre tenta arrumar um meio de apontar algum erro dela pra tentar se justificar, isso me incomoda demais e não sei como interferir pois dissr a ele q ela está faltando com respeito, pois fala com ele como se tivesse falando com um de seus amigos.

    • Li noutro site, questão semelhante e justificativa plausivel: quando os pais falam com filhos, no “modo infantil” como você falou parece conversa de pessoas de mesma geração! Com uns 3 filhos minha mãe tinha essa postura: um dos meus irmãos determinava o tempo que irmão casado ficava na casa: aos domingos, iam a missa de manhã cedo, tomavam café e conversavam depois! Quando meu “querido” irmão dizia já deu, nossa mãe fazia o jeito de criança que “levou bronca”! Infelizmente o final, é de pais “dominados” pelo (a) filho (a)! Resta saber se vais querer assistir a chegada “dessa dominação”, pela tua enteada! Sugiro, teres uma conversa “bem pontual” com ele, focando nesse detalhe dele se “anular” como pai!

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