Para compreender a importância de se falar sobre esse tema, é preciso entender de início uma ressalva: ter AIDS não significa em nenhum momento ter relação com a libertinagem.
Esse tabu cultural de que pessoas que se comportam de maneira libertina e que não mantêm um relacionamento estável são as únicas que estão sujeitas a virarem soropositivo, desencadeia a fraqueza que abre portas para essa doença. Onde sujeitos em uma união longa e estável deixam de se prevenir por confiar totalmente em seu parceiro(a) e ainda por cima destroem a integridade e complicam o processo de aceitação psicológica daqueles que têm AIDS ou HIV e precisam se tratar.
Nesse momento é necessário deixar um pouco de lado a tradição e entender que pessoas portadoras do HIV não estão nessas condições por falta de caráter ou má conduta, elas são vítimas em diversos pontos da vida, inclusive da ignorância de uma sociedade.
O que é a AIDS e o HIV?
Há diferença entre ter HIV e ter AIDS. Uma pessoa pode ser portadora do vírus HIV mas não desenvolver a doença (Aids).
HIV = vírus da imunodeficiência humana
AIDS = síndrome da imunodeficiência adquirida
A infecção do HIV não tem cura, então mesmo que a pessoa seja somente portadora e não desenvolva AIDS, ela viverá para sempre com o vírus no corpo, ou seja ela poderá transmitir a doença para todos aqueles com quem tiver relação sexual sem proteção ou contato de alguma maneira com seu sangue, sêmen e fluídos vaginais.
Com a contaminação, o corpo do indivíduo passa a ter baixa imunidade pois o vírus ataca as células, principalmente a CD4, se instala nelas e se multiplicam juntamente com essas células.
Os remédios para o tratamento, mais conhecidos como coquetéis são responsáveis por inibir o avanço da proliferação do vírus, causando também o seu enfraquecimento.
A importância da orientação psicológica
Ao descobrir que se é soropositivo (que possui o vírus do HIV no corpo), a pessoa precisará mudar seu estilo de vida e não seus planos ou sonhos.
Para encarar essa nova fase a orientação psicológica é de extrema importância pois o indivíduo não terá que lidar somente com a doença, mas também com o preconceito social e principalmente com o seu próprio preconceito a respeito do assunto.
Será uma nova fase onde ele precisará compreender a maneira de lidar com a família e com os relacionamentos no geral, muitos se encontram na angústia ao pensarem em um novo relacionamento amoroso. Mas o conhecimento de que é possível uma união entre pessoas que são soropositivo e soronegativo (e isso é muito comum), de forma segura e com as instruções necessárias a serem seguidas os farão entender que essa é sim uma situação cabível para todos.
A depressão é a principal fraqueza nesse tratamento
Uma pesquisa feita entre pessoas de soropositivo no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, apontou que 53% dos tratamentos realizados com os pacientes falham por causa da depressão. A segunda maior porcentagem está na explicação do medo de perder o emprego para comparecer nas sessões e falta de tempo, com 38%.
Essas duas grandes causas podem ser amenizadas nos dias de hoje com o tratamento psicológico a distância, realizados por meio das consultas online, onde o tempo gasto com o deslocamento e demais situações que geram o constrangimento podem ser evitados.
Esse acompanhamento é primordial para a aceitação dos pacientes, e para evitar o desencadeamento dos problemas psicológicos que surgem no decorrer da vida das pessoas de soropositivo.
O que pode levar o soropositivo à depressão
- Ação do vírus no cérebro;
- isolamento social;
- as medicações;
- quadro de depressão na família;
- estresse crônico.
Uma pessoa soropositivo não está a mercê da doença, ela pode amenizar o efeito do vírus em seu corpo, basta manter as condições estabelecidas pelo médico e ser acompanhada por um profissional de psicologia para que sua saúde física e mental seja preservada.