O debate em torno do aborto é um dos temas mais complexos da sociedade contemporânea. Enquanto as discussões políticas e éticas se concentram principalmente nos aspectos legais e morais, muitas vezes deixamos de lado um importante aspecto desse assunto: as consequências emocionais do aborto, seja ele espontâneo ou intencional.
Isso pois, enquanto algumas mulheres podem não sentir efeitos psicológicos negativos a longo prazo, outras podem enfrentar uma variedade de emoções após o fenômeno.
Índice de conteúdo
5 consequências emocionais do aborto
É crucial e importante entender que não existe uma única resposta ou reação emocional ao aborto, pois, cada mulher é única e sua experiência será influenciada por uma série de fatores, sejam pessoais, culturais ou sociais.
Entretanto, as principais consequências emocionais do aborto são:
1. Sentimento de culpa e vergonha
Algumas mulheres podem sentir culpa após o aborto. Nesse sentido, a pressão da sociedade e de grupos religiosos podem intensificar esse sentimento. A culpabilização pode surgir de várias fontes, incluindo normas culturais que reforçam a ideia de que o aborto é moralmente errado.
2. Luto e tristeza
É natural que algumas mulheres passem por um período de luto pela perda da gravidez. Este luto independe do aborto ter sido uma escolha pessoal ou algo espontâneo. No entanto, esse processo de luto pode ser desencadeado pela conexão emocional que muitas mulheres desenvolvem com a gravidez.
3. Alívio
Para muitas mulheres, o aborto pode ser também uma situação aliviante. No entanto, a incapacidade de cuidar de uma criança ou outros fatores pessoais podem colaborar para o surgimento desse sentimento.
4. Ansiedade e depressão
Algumas mulheres podem desenvolver ansiedade ou sintomas depressivos após o aborto. Essas reações podem ser devido a própria experiência do aborto ou serem exacerbadas por outros fatores, como histórico de saúde mental e falta de apoio social.
5. Transtorno de Estresse Pós-Traumático:
Embora não seja comum, algumas mulheres podem experimentar sintomas de TEPT após um aborto, principalmente se o procedimento foi traumático. Isso leva em conta se o aborco ocorreu em circunstâncias adversas ou se houve falta de apoio emocional de pessoas próximas.
Os principais desafios após a ocorrência do aborto
Após o aborto, uma mulher pode enfrentar uma série de desafios, que variam desde questões físicas e até desafios emocionais, sociais e, em alguns casos, legais.
A experiência do aborto é individual e múltipla, e os desafios podem variar significativamente de mulher para mulher, dependendo de seu contexto, apoio e circunstâncias pessoais envolvidas nesses processos. Alguns desses desafios enfrentados são:
Recuperação Física
Após um aborto, pode haver efeitos físicos, como os sintomas de sangramento, cólicas e em alguns casos, complicações que requerem atenção médica adequadas. Todavia, a duração e a intensidade desses sintomas variam de mulher para mulher.
Desafios Emocionais
Como discutido anteriormente, as consequências emocionais do aborto pode levar a uma variedade de respostas psicológicas, incluindo os sintomas de tristeza, culpa, alívio, ansiedade e depressão.
Em muitas culturas e comunidades, o aborto é estigmatizado e as mulheres que fazem abortos podem ser julgadas ou marginalizadas. Este estigma social pode dificultar a busca por apoio emocional, dificultando nos seus relacionamentos pessoais e intrapessoal.
Desafios em relacionamentos
Quando o aborto é uma decisão da mulher, a decisão pode criar tensões em relacionamentos pessoais. Sejam os parceiros, familiares ou amigos podem discordar da decisão e não oferecer o suporte necessário naquele momento para a mulher.
Questões legais
Em países ou regiões onde o aborto é ilegal ou restrito, as mulheres enfrentam o risco de consequências legais. Além disso, o medo de perseguição pode impedi-las de procurar cuidados médicos adequados para ajudar no seu processo.
Acesso a cuidados de saúde mental
Nem todas as mulheres tem acesso a recursos de saúde mental ou grupos de apoio para ajudá-las a lidar com as consequências emocionais do aborto, o que pode acabar tornando a situação toda um desafio ainda maior.
Visto isso, é importante citar e entender que cada mulher vivencia o aborto de maneira única. Enquanto algumas podem enfrentar vários desafios, outras podem não sentir tais dificuldades.
A importância de procurar ajuda psicológica
A busca por auxílio psicológico após um aborto pode ser fundamental para algumas mulheres. Dada a complexidade das emoções e desafios associados ao aborto, a psicoterapia pode proporcionar um espaço seguro e confidencial para processar a experiência vivenciada.
Aqui estão algumas razões que destacam a importância do suporte psicológico e como ele pode ajudar a minimizar as consequências emocionais do aborto:
1. Espaço para processar emoções e sentimentos
A psicoterapia oferece um ambiente seguro, sem julgamentos, onde as mulheres podem expressar e processar seus sentimentos, sejam eles de tristeza, culpa, alívio, ansiedade ou qualquer outra emoção.
2. Aprender estratégias de enfrentamento
O psicólogo pode oferecer técnicas e estratégias para ajudar a lidar com emoções delicadas, reduzindo o risco de desenvolver problemas de saúde mental após o aborto.
3. Reduzir o isolamento
Conversar com um psicoterapeuta pode diminuir sentimentos de solidão e isolamento, especialmente se a mulher sente que não pode falar sobre o aborto com amigos ou familiares mais próximos.
4. Promover a auto aceitação
A psicoterapia pode ser um dos meios de reforçar a autoestima e a auto aceitação, ajudando a mulher a se reconciliar consigo mesma e a superar sentimentos de vergonha e culpa desencadeados naquele momento.
Mesmo que muitas mulheres passem pela experiência do aborto sem enfrentar consequências psicológicas adversas a longo prazo, a opção de ter apoio psicológico disponível é essencial e importante.
