A divulgação de mortes por suicídio, ou a ausência dela, é um tema de extrema relevância em nossa sociedade atual. Em um mundo as tragédias inundam nossos feeds de notícias e conversas cotidianas, é intrigante o por que as mortes por suicídio não são divulgadas.

Entretanto, é necessário explorar as razões por trás desse silêncio que envolve as mortes por suicídio. Por conseguinte, isso implica destacar os complexos fatores sociais, culturais e individuais que contribuem para a falta de visibilidade na divulgação dos óbitos.

Por que a divulgação de mortes por suicídio é proibida?

A questão da divulgação de mortes por suicídio é um tema sensível e complexo que merece nossa atenção. Ademias, em muitos países, incluindo o Brasil, existe uma restrição severa à divulgação detalhada de casos de suicídio na mídia. 

Isso ocorre por uma razão crucial: o efeito de contágio, também conhecido como “efeito Werther”, nomeado em referência ao romance “Os Sofrimentos do Jovem Werther” de Goethe, que descreve o suicídio do protagonista.

O que é o efeito de contágio?

O efeito de contágio é um fenômeno que pode ocorrer quando a cobertura midiática sensacionalista e detalhada de suicídios leva a um aumento nas taxas de suicídio. Dessa forma, o fenômeno está profundamente relacionado à vulnerabilidade de certos grupos, como adolescentes, pessoas com transtornos de saúde mental e aqueles que já têm pensamentos suicidas. 

Nesse sentido, quando essas pessoas são expostas a relatos sensacionalistas e detalhados de suicídios, podem começar a ver o ato como uma solução plausível para seus próprios problemas, desencadeando uma cadeia de eventos potencialmente trágica.

Além disso, o efeito de contágio destaca a importância da maneira como a mídia comunica sobre o suicídio. Assim sendo, as palavras, imagens e narrativas usadas na cobertura midiática desempenham um papel crucial na influência que podem exercer sobre o comportamento das pessoas. 

Diretrizes e compromissos éticos como medida de proteção 

Dado esse cenário, os órgãos reguladores de mídia impõem diretrizes rígidas para a divulgação de mortes por suicídios. Sendo assim, os profissionais da mídia são orientados a evitar detalhes gráficos, imagens chocantes e a não romantizar ou glorificar o ato. 

Ao contrário disso, o foco deve ser direcionado à prevenção ao suicídio, na busca de ajuda e no apoio às pessoas em sofrimento emocional. Dessa forma, a não divulgação explícita torna-se uma medida de proteção essencial no esforço para promoção de saúde mental, orientação adequada e, acima de tudo, a prevenção de fatalidades evitáveis. 

Todavia, a restrição à divulgação de mortes por suicídio não é uma restrição à informação, mas sim um ato de cuidado com a sociedade. É uma medida fundamental para salvar vidas e garantir orientação adequada.

A importância da promoção a saúde mental

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como um “estado de completo bem estar físico, mental e social e não somente a ausência de doenças”. Dessa maneira, é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade. 

Nesse contexto, para sermos saudáveis é necessário o equilíbrio entre saúde física, mental e social. Logo, quando nossa saúde mental está em equilíbrio, adquirimos a capacidade de raciocinar com clareza, resolver dilemas, enfrentar desafios e desfrutar da existência. 

No entanto, é comum que muitas pessoas descuidem de sua saúde mental, o que pode acarretar transtornos como ansiedade, depressão, estresse e outros. Abordar o tema da saúde mental assume importância crucial para combater o estigma relacionado ao suicídio e prestar auxílio às pessoas que enfrentam sofrimento emocional, redirecionando o foco para cuidado, acolhimento e prevenção. 

Toda vida importa! 

A iniciativa ou campanha “Setembro Amarelo”, com início no Brasil em 2015, visa enfatizar a necessidade de discutir esses temas e desconstruir o estigma associado ao suicídio. 

Se você está pensando em suicídio, procure ajuda! 

Existem muitos recursos disponíveis para lhe ajudar a superar esse momento difícil.Se conhecer alguém que precise de ajuda e não souber o que falar ou que fazer, ofereça um abraço. Escuta ativa, presença e gestos de acolhimento podem fazer a diferença em situações críticas.

Além disso, você pode ligar para o CVV pelo número 188 ou também, acessar o site oficial para conversar com um voluntário. No mais, tente procurar também um profissional de saúde mental para um tratamento a longo prazo.

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