A codependência é um fenômeno complexo que permeia muitos aspectos das relações humanas, mas raramente é discutido em profundidade. Essa dinâmica relacional, que pode se manifestar em diferentes contextos, é frequentemente mal compreendida e até mesmo negligenciada.
Se você possui dúvidas quanto ao tema, continue a leitura conosco e saiba mais sobre a codependência e a existência dos relacionamentos codependentes.
Índice de conteúdo
O que é a codependência?
A codependência é caracterizada por um padrão de comportamentos disfuncionais, em que uma pessoa coloca as necessidades e desejos de outra pessoa acima das suas próprias, prejudicando o seu bem-estar emocional e até físico.
Esses comportamentos disfuncionais se caracterizam a partir de inseguranças, baixa autoestima, medos relacionados ao abandono e necessidade de validação.
A origem do termo
No entanto, o termo codependência teve origem nos estudos relacionados à dependência química. Visto isso, foi atribuído aos familiares, partindo do princípio de que os familiares de dependentes químicos também apresentariam uma dependência emocional ou uma preocupação recorrente e excessiva com o dependente. Assim, seriam então, codependentes.
Entretanto, posteriormente, tornou-se claro que não é necessário conviver com um dependente químico para haver a dependência emocional. Inicialmente limitada a familiares de alcoólicos, a codependência agora engloba comportamentos disfuncionais de outros relacionamentos próximos.
De início, a descrição deste quadro incluía apenas familiares de pacientes alcoólicos, mas com o tempo o seu significado foi ampliado e atualmente o termo também inclui a conduta de familiares e pessoas significativas que têm um comportamento disfuncional.
A diferença entre a dependência emocional e codependência
A diferença entre dependência emocional e codependência é que, enquanto na dependência emocional uma pessoa busca preencher suas próprias necessidades através do outro, na codependência ela encontra sua própria razão de existir na dependência do outro.
Nesse cenário, assume o papel de salvador, sentindo-se confortável em ter alguém dependente, colocando as necessidades do outro acima das suas próprias para perpetuar esse ciclo de dependência.
Segundo o DSM-V, o Transtorno da Personalidade Dependente é caracterizado por um comportamento submisso e apegado, refletindo uma necessidade excessiva de cuidado. Em suma, enquanto a dependência emocional busca a completação através do outro, a codependência procura sacrificar as próprias necessidades em prol do bem-estar do outro.
As relações codependentes
A codependência é um exemplo de relação disfuncional que, segundo Zampieri (2004b), se trata de uma condição na qual o indivíduo sofre nos aspectos emocional, psicológico e comportamental, na forma em que suas ações são dirigidas ao outro.
Uma pessoa codependente tem dificuldade em estabelecer limites saudáveis,e tem um senso de identidade confuso, baseado no papel de cuidador. Diante disso, é fundamental buscar acompanhamento psicológico para lidar com essas questões de forma eficaz e promover o bem-estar emocional e relacional.
Para entender e lidar melhor com os seus relacionamentos é necessário:
- A busca pelo autoconhecimento;
- O diálogo com seu parceiro;
- A busca de conhecimento sobre o tema;
- Realizar psicoterapia para lidar com as suas inseguranças.
A importância da psicoterapia no tratamento
A psicoterapia é realizada através da escuta qualificada, de acordo com a compreensão da história de vida do indivíduo, tendo em vista suas subjetividades e particularidades. O processo psicológico é livre de julgamentos e busca a melhora da pessoa que está sendo atendida.
Contudo, o autoconhecimento trabalhado na terapia é de extrema importância para lidar com as diferentes áreas da vida, incluindo a baixa autoestima e dificuldades nas relações. Sendo assim, esse processo busca o olhar para si, reconhecendo as suas dificuldades e também as suas potencialidades.
Todavia, ao final do processo, o indivíduo saberá lidar melhor com os seus conflitos internos. Logo, terá mais autonomia para identificar comportamentos disfuncionais e lidar com situações adversas.
