Quando criança, todo mundo já sentiu algum medo, seja do escuro ou dos filmes de terror. Esse comportamento é normal. Mas e quando o medo persiste e se torna excessivo, a ponto de fazer com que essas pessoas evitem situações ou sintam falta de ar e taquicardia quando topam com o objeto desse medo? É importante saber a diferença entre medo e fobia e quando o tratamento é necessário.

O que é medo?

Imagine viver em um mundo onde animais perigosos estão sempre à espreita. Não há muros, prédios ou fortificações, apenas cavernas onde você e sua família podem se abrigar da chuva, do frio e desses animais. Sair da caverna não é tarefa fácil, mas é preciso caçar comida. Você sentiria medo? Os nossos antepassados que viveram lá no início da humanidade sentiam, e foi isso o que permitiu a evolução da espécie.

Sentir medo é normal, é uma emoção esperada e fabricada pelas amígdalas, pequenas estruturas com formato de noz cuja função é identificar o perigo e alertar o corpo de que é a hora de ter medo e reagir. Elas estão presentes em todos os mamíferos, aves e répteis  e desenvolvem a capacidade de antecipar os perigos, como se conseguíssemos prever o futuro. Essa habilidade nos faz perfeitos medrosos, mas medrosos precavidos e conscientes dos perigos.

A planta mimosa é um exemplo dessa capacidade biológica que permite a sobrevivência. Essa plantinha se fecha quando alguém a encosta e se retrai diante de um indício de perigo. É o medo dando as caras, mas mais do que isso, é o medo revestido de instinto de sobrevivência.

Foi o medo de morrer que nos manteve vivos. Essa resposta bioquímica do nosso corpo frente ao perigo desencadeia as mais variadas reações, como sudorese, aumento da frequência cardíaca e níveis elevados de adrenalina. Quando esses sinais aparecem, é hora de agir contra a ameaça. Muitas pessoas se sentem bem com essas respostas do organismos pois se sentem bem com o hormônio adrenalina que é produzido. Esses indivíduos estão constantemente à procura de situações que os desafiem e os faça sentir medo, como pular de paraquedas até mesmo assistir um filme de terror.

Já um outro grupo de pessoas, não se sente nem um pouco confortável lidando com o medo e episódios que desencadeiem as reações físicas e emocionais provenientes dele. Há algumas que sentem tanto medo, que ficam paralisadas e sem saber como agir. A esse grupo chamamos de fóbicos.

O que é fobia?

 O deus Fobos é, na mitologia grega, é filho de uma união pra lá de poderosa: Ares, o deus da guerra, e Afrodite, a deusa do amor. Fobos acompanha o pai nos campos de batalha e seu objetivo é despertar o medo nos corações dos inimigos para que paralisem e fujam.

Fobos está presente nas situações de medo excessivo que paralisam e não nos deixa agir. Esse medo exacerbado é chamado de fobia. Diferentemente do medo, nutrir fobias não é normal. É uma doença, um transtorno de ansiedade e está classificado como transtorno fóbico-ansioso no CID 10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde). A condição já atinge cerca de 20% da população mundial, segundo o Instituto Nacional de Saúde americano.

Saiba mais sobre fobias em nosso blog!

As pessoas que têm uma fobia específica passam a evitar a fonte de seu medo excessivo a todo custo, seja ele uma situação, um objeto ou um animal. A ansiedade intensa e angustiante que essas pessoas sentem podem até resultar em ataques de pânico

A fobia é caracterizada por um medo irracional. “Pessoas fóbicas sentem tanto medo que evitam determinadas situações, pessoas e lugares para não se expor ao perigo. Quando expostos ao objeto causador da fobia, esses indivíduos apresentam uma série de sintomas físicos: falta de ar, taquicardia, tremedeira e ataques de pânico“, explica a SBIE (Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional)

Confira aqui as fobias mais estranhas!

Medo X Fobia

O limite entre medo e fobia está na intensidade em que eles aparecem. O medo é uma sensação de receio e ansiedade frente a uma situação de perigo, uma resposta bioquímica do corpo que funciona como um instinto de sobrevivência. Já a fobia é um medo específico, intenso e muitas vezes irracional e que pode paralisar. Aqui, os sintomas são mais fortes e muitas vezes não permitem que o indivíduo reaja da maneira esperada e fuja do perigo, sobrecarregando as amígdalas e falhando na missão “instinto de sobrevivência”. Por saberem dessa impotência, os fóbicos evitam as situações desencadeadoras de seus medos, o que afeta o seu dia a dia.

Caso se enquadre no grupo dos fóbicos, procure tratamento. Esse transtorno de ansiedade tem efeitos negativos na vida dos pacientes e pode desenvolver outras doenças. É importante ter em mente que, quando evitamos alguma situação ou procuramos saídas para não enfrentá-las, estamos diante de um comportamento que não é normal. Vencer medos é difícil, mas não impossível.

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