Você com certeza já deve ter ouvido a história de Rapunzel, a menina cujos cabelos longos caíam por todo o comprimento da torre a qual foi trancafiada. A icônica frase “Rapunzel, jogue as suas tranças”, dita pelo príncipe ao tentar salvá-la escalando seu cabelo, atravessou gerações. Quando pensamos em Rapunzel, logo vem a mente “cabelo”, não é mesmo? A relação ficou tão íntima que a princesa deu o nome de uma síndrome pouco conhecida: a Síndrome de Rapunzel.

A Síndrome de Rapunzel é uma doença em que consiste na ingestão dos fios de cabelo. Também conhecida por tricotilofagia, essa síndrome desperta um desejo incontrolável, uma verdadeira compulsão, em comer cabelo, e esses, por sua vez, se acumulam no estômago em um grande emaranhado.

Segundo o BMJ Case Reports, 70% dos pacientes com Síndrome de Rapunzel são mulheres, com aproximadamente 20 anos de idade. Os pacientes mais jovens eram crianças e o mais velho era um homem de 55 anos. Sabe-se que já foram registrados 88 casos dessa doença, sendo que a maioria deles se deu em crianças: 40% dos pacientes tinham menos de 10 anos de idade.

O motivo de as mulheres serem as mais atingidas pela síndrome é que os seus fios de cabelo são longos e mais propensos a ficarem presos no estômago. O cabelo não pode ser digerido, portanto, formam verdadeiras bolas.

Outro problema digamos, cabeludo, é a tricotilomania. A tricotilomania é o impulso de arrancar cabelos e pelos. A doença atinge um percentual muito grande de homens e mulheres. As causas da tricotilomania ainda não são claras, mas acredita-se que tenha origem em possíveis traumas, fatores genéticos e ambientais.

Em algumas pessoas, essa compulsão é reduzida e controlada, mas em outros indivíduos, o impulso é tão forte que as regiões que foram atingidas ficam ausentes de pelos ou cabelos e, assim, tentam de qualquer forma encontrar uma solução para esconder as falhas formadas e não serem notados por outros. De acordo com pesquisas, entre 1 e 2% da população tem tricotilomania, e 90% das pessoas afetadas são mulheres.

Tanto a Síndrome de Rapunzel quanto a tricotilomania são doenças em que o cabelo e a saúde do paciente são colocadas em risco. A primeira, envolve a ingestão do cabelo, o que pode ocasionar em grandes bolos de cabelo no estômago e causar infecções e doenças graves. Já no segundo, a tricotilomania, o ato de arrancar os cabelos é mania, podendo ocasionar em sérias lesões na pele e doenças psicológicas.

Sintomas em comum: Síndrome de Rapunzel e Tricotilomania

  • Arrancar fios do couro cabeludo, sobrancelhas, cílios ou ainda retirar pelos;
  • Tentar resistir à vontade de puxar, mas quando arrancar sentir prazer e alívio;
  • Áreas com menos fios de cabelos ou mesmo sem nenhum;
  • Ficar incomodado com o cabelo e ter preferência por fios específicos;
  • Mastigar, morder ou engolir os fios.

Consequências

Síndrome de Rapunzel

O cabelo no estômago é altamente prejudicial à saúde. Um dos casos mais famosos é o de uma americana de 38 anos que desenvolveu uma bola de pelos de 15 cm de diâmetro em seu estômago. Segundo a BBC, “ela passou a ter surtos de vômito e constipação, e seu estômago inchou por estar repleto de líquidos e gases. Ela parou de ingerir comida por um ano, perdeu 7 kg nos oito meses anteriores e, quando foi atendida no hospital, não conseguia reter nenhum alimento que ingeria”.

“Restos de alimento ficam retidos no emaranhado de cabelos, facilitando a proliferação de bactérias e complicações intestinais. Além dos problemas nutricionais e dos riscos de graves infecções”. O tricobezoar é a bola de pelos e cabelos formadas no estômago. A cirurgia para a retirar o cabelo no estômago engloba cerca de 1% dos casos. “Os pesquisadores da Escola de Medicina da UNIFESP registraram um caso fatal ocorrido com uma menina de 5 anos que teve perfuração do íleo ocasionada pelo tricobezoar”, informa Rogerio F. Guerra em pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina.

Tricotilomania

Os indivíduos que têm tricotilomania, na maioria dos casos, desenvolvem estresse emocional agudo e não se sentem confortáveis de falar sobre a doença ou que sofrem por causa dela, pois se sentem envergonhados ou até mesmo humilhados por não conseguirem controlar os reflexos. Por tentarem se esconder, essas pessoas geralmente possuem baixa autoestima e desenvolvem depressão.

Além disso, existem os problemas que a perda dos cabelos podem causar na saúde, como as infecções de pele.

Tratamento Psicológico

A psicoterapia tem o objetivo de rever todos os hábitos que possam engatilhar os sintomas. Além disso, ela busca nos métodos da terapia cognitiva corporal a ajuda para reconhecer situações que provavelmente façam o paciente ter vontade de arrancar os fios e, substituí-los, por outro saudáveis que aliviem a tensão do mesmo jeito.

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O acompanhamento psicológico é essencial para compreender e superar os traumas que fizeram com que o transtorno se desencadeasse, afinal, o final feliz que salvou Rapunzel de seu confinamento faz parte dos contos de fadas. Na vida real, o psicólogo e você mesmo é que podem promover o esperado final feliz para essas doenças.

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