O medo pode ser saudável em um grau normal. Mas e quando o medo passa dos limites e paralisa? Entenda a diferença entre medo e síndrome do pânico.

Desde muito cedo somos ensinados a sentir medo. O bicho-papão, boi da cara preta, lobo mau e outros personagens que habitam o imaginário popular, são frequentemente usados para colocar medo nas crianças a fim de frear as suas atitudes imprudentes e ensinar alguma moral. Mas sentir medo não é problema, pois ele, em níveis normais, doutrina a nossa mente a como agir em determinadas situações.

No início da vida humana na Terra, o homem era mais cauteloso quando lidava com animais que poderiam oferecer maior risco à vida. Esse comportamento prevalece até hoje e é fundamental para a sobrevivência da espécie pois o medo de morrer é que nos mantém vivos. 

O que é o medo?

O medo é uma emoção desagradável, porém necessária. Ele nos alerta para a presença de perigo. A definição de medo tem origem no latim “metus” e significa inquietação e receio, sendo eles respostas bioquímicas ou emocionais perante a algo.

A resposta bioquímica do nosso corpo frente ao perigo envolve sudorese, aumento da frequência cardíaca e níveis elevados de adrenalina. É um sinal que o organismo dá para que consigamos fugir ou lutar contra esse perigo.

resposta emocional ao medo depende de indivíduo para indivíduo. Alguns, se sentem bem com a adrenalina produzida diante de situações perigosas. Outros, entretanto, evitam esses episódios a qualquer custo. 

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Medos e fobias

O limite entre medo e fobia está na intensidade em que eles aparecem. O medo é uma sensação de receio e ansiedade frente a uma situação de perigo, enquanto a fobia é um medo específico, intenso e muitas vezes irracional e que pode paralisar. Quando expostos aos objetos que causam a fobia, os indivíduos podem sentir falta de ar, taquicardia, tremedeira e ataques de pânico.

Alguns exemplos de tipos de medos enquadrados em “fobias”:

  • Acrofobia: medo de altura;
  • Agorafobia: medo de espaços abertos ou com multidões;
  • Aracnofobia: medo de aranhas;
  • Catastrofobia: medo de catástrofes e aspectos ambientais;
  • Claustrofobia: medo de lugares fechados;
  • Fobia social: medo de pessoas e da exposição;
  • Glossofobia: medo de falar em público;
  • Hematofobia: medo de sangue, injeções e feridas;
  • Monofobia: medo de ficar sozinho;
  • Nictofobia: medo da noite ou do escuro;
  • Tanatofobia: medo da morte;
  • Zoofobia: medo de animais.

O medo na psicologia freudiana é entendido como um sentimento desencadeado pela ameaça de castração, pelos desejos reprimidos e mal resolvidos na infância e pelos processos primitivos de pensamento.

O psicanalista austríaco, considerado o ” pai da psicanálise”, explica a tese a partir de Hans, um menino que sente enorme medo de cavalos. Mas a partir de sua análise, o psicanalista concluiu que não era o medo direto dos cavalos a fonte da fobia, afinal, os medos nos fazem confrontar outras angústias que nos corroem desde o nascimento. 

LEIA MAIS: O medo em excesso: Conheça as 5 fobias mais comuns

Superar medos não é tarefa fácil. Indivíduos com medo de tudo ou de coisas específicas podem procurar auxílio na terapia. Os especialistas podem analisar as possíveis causas e diminuir os efeitos do medo na vida do paciente, a fim de cortá-los para sempre de sua mente.

O que é Síndrome do Pânico?

Existem diversas maneiras da síndrome do pânico se manifestar, mas geralmente são crises e transtornos de ansiedade inesperadas, no qual o indivíduo possui um desespero e medo intenso. Ele acha que a qualquer minuto algo ruim pode acontecer, mesmo que não exista perigo ou motivo para tais sentimentos.

Assim, a pessoa que possui essa síndrome, sofre por um pânico agudo em repetidas crises, alimentado por um medo exponencial de algo acontecer inesperadamente. Essas crises do pânico também possuem preocupações, isto é, a pessoa que sofre tem muito receio de ter novos ataques e consequentemente toda sua rotina do dia a dia é influenciada.

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Há o receio consciente do medo tirar o controle de sua própria vida, de enlouquecer ou até mesmo ter um ataque do coração causado pelo transtorno. O abuso do álcool e drogas é uma das maneiras que as pessoas portadoras do transtorno do pânico encontram a fim de tentar controlar esse sentimento de perda de controle.

Ainda não se sabe exatamente o que causa a síndrome do pânico, mas diversos fatores podem desencadeá-la, como:

  • estresse;
  • ansiedade;
  • genética;
  • temperamento forte;
  • traumas, entre outros.

Uma crise de pânico dura cerca de 10 a 20 minutos mas em alguns casos, pode ser até por horas.

Dentre os sintomas da síndrome do pânico e seus sinais psicológicos estão:

  • sensação de morte;
  • sensação de perigo;
  • medo de perder o controle;
  • medo de uma tragédia;
  • sentimentos desesperadores;
  • apatia e indiferença;
  • sensações de estar fora da realidade.

LEIA MAIS: As sufocantes crises de medo e desespero – Conheça o que é a Síndrome do Pânico

Também podemos identificar os sintomas físicos da síndrome do pânico:

  • formigamento nas mãos, rosto e pés;
  • palpitação;
  • tremores;
  • palpebra dos olhos tremendo;
  • dificuldade para respirar;
  • calafrios;
  • ondas de calor;
  • náuseas;
  • dores abdominais, no peito e na cabeça;
  • tontura;
  • desmaio;
  • sudorese;
  • sensação de garganta fechada.

Lembrando que não é em todo o ataque que necessariamente esses sintomas aparecerão.

Tratamento da Síndrome do Pânico

A primeira fonte geralmente é a psicoterapia. Nela, o médico psiquiatra analisa as causas e direciona as técnicas terapêuticas direcionadas ao caso particular do indivíduo. 

Outro método bastante utilizado no tratamento do transtorno do pânico é a classe dos medicamentos. Os mais indicados são os antidepressivos, como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina, o neurotransmissor regulador do humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, entre outras funções.

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Cura e Síndrome do Pânico

Nos termos psiquiátricos, diz-se em “remissão de sintomas” mais do que “cura”. O tratamento do transtorno de pânico apresenta bons resultados na maioria dos casos e pode ser finalizado em poucas semanas. Mas, é claro, existem casos em que o tratamento é mais longo e, por vezes, as sessões de psicoterapia devem ser frequentes e mantidas ao longo da vida., assim como o uso de medicamentos.

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