A cleptomania é um distúrbio psicológico intrigante. Entretanto, compreender essa condição complexa e muitas vezes incompreendida requer uma análise aprofundada de seus sintomas, causas subjacentes e impacto na vida daqueles que a vivenciam. 

Neste artigo, exploraremos em detalhes o mundo da cleptomania, desvendando seus aspectos fundamentais e oferecendo insights sobre como lidar com essa condição desafiadora. 

O que é a cleptomania?

A cleptomania é um transtorno psicológico complexo caracterizado pela compulsão incontrolável de roubar objetos, frequentemente desnecessários ou de pouco valor financeiro. 

Todavia, este distúrbio, classificado no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) como um distúrbio do controle de impulsos, difere do furto comum, pois carece de uma motivação aparente para o roubo.

Assim, pessoas com essa condição frequentemente se envolvem em roubos de itens que não desejam ou não têm utilidade prática em suas vidas diárias.

Nesse sentido, a pessoa com cleptomania frequentemente experimenta uma sensação de tensão ou ansiedade antes do ato de roubar, e o roubo alivia temporariamente esses sentimentos. Por conseguinte, esse alívio é seguido por sentimentos de culpa, vergonha e remorso, perpetuando um ciclo vicioso.

7 sintomas de cleptomania

Como visto, a cleptomania é um transtorno que vai além do simples ato de roubar. Ela se manifesta através de uma série de sintomas complexos que afetam significativamente a vida daqueles que a sofrem.

Logo, os sintomas típicos da cleptomania incluem:

1. Impulso incontrolável para roubar

A pessoa sente uma forte necessidade de roubar, mesmo que não haja uma razão lógica para fazê-lo. Desse modo, o desejo avassalador de cometer o ato é uma das marcas registradas da cleptomania, e a pessoa muitas vezes experimenta uma angústia intensa até que o roubo seja realizado. 

2. Falta de motivação

Ao contrário dos ladrões convencionais, as pessoas com cleptomania geralmente roubam itens que não têm valor pessoal significativo ou valor financeiro relevante para elas. Sendo assim, eles podem roubar objetos que não desejam ou que não têm utilidade prática em suas vidas.

3. Ansiedade antes do roubo

Antes de cometer o ato de roubo, a pessoa com cleptomania geralmente experimenta uma crescente sensação de tensão e ansiedade. Portanto, esse estado emocional é um dos principais gatilhos para o comportamento de roubo.

4. Sentimentos de alívio seguidos de culpa

Após o roubo, a pessoa pode sentir um alívio temporário da ansiedade que a estava incomodando antes do ato. Contudo, esse alívio é frequentemente seguido por sentimentos de culpa e remorso.

5. Comportamento repetitivo

A cleptomania é caracterizada pela repetição do comportamento de roubo impulsivo ao longo do tempo. Dessa forma, os episódios de roubo tendem a ocorrer de forma intermitente e recorrente.

6. Dificuldade em controlar o comportamento

Pessoas com cleptomania têm dificuldade em controlar seus impulsos de roubo, mesmo quando reconhecem os riscos associados ao comportamento. No entanto, eles podem fazer promessas a si mesmos de que não vão roubar novamente, mas, eventualmente, o impulso incontrolável prevalece.

7. Sentimentos de culpa e vergonha

Após o ato de roubo, as pessoas com cleptomania frequentemente experimentam sentimentos intensos de culpa, vergonha e remorso. Ademais, eles reconhecem que seu comportamento é socialmente inaceitável e que estão infringindo a lei. 

Cleptomania: causas

As causas exatas da cleptomania não são totalmente compreendidas, mas vários fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento, incluindo:

Fatores Genéticos

Estudos sugerem que a cleptomania pode ter uma base genética, pois parece ocorrer em famílias e há uma maior prevalência em parentes de primeiro grau de pessoas com a condição.

Fatores Neuropsicológicos

Algumas pesquisas indicam que diferenças na atividade cerebral, particularmente em áreas relacionadas ao controle de impulsos e ao processamento de recompensas, podem desempenhar um papel na cleptomania.

Fatores Psicológicos

Traços de personalidade, como impulsividade, dificuldades emocionais e problemas de autocontrole, podem contribuir significativamente para o desenvolvimento da cleptomania. Logo, esses fatores podem tornar uma pessoa mais suscetível a ceder aos impulsos de roubo, mesmo quando consciente das consequências negativas de seus atos. 

Formas de tratamento

Existem várias abordagens eficazes para tratar a cleptomania. No entanto, o tratamento deste tipo de distúrbio geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar que inclui terapia cognitivo-comportamental (TCC) e medicamentos. Entenda o papel de cada um:

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

A Teoria Cognitiva-Comportamental (TCC) é frequentemente considerada a abordagem de tratamento mais eficaz para a cleptomania. Assim, os principais objetivos da TCC são: identificar gatilhos, desenvolver estratégias de enfrentamento, gerenciar sentimentos de culpa e remorso e prevenir recaídas.

Medicamentos

Alguns medicamentos, como inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), podem ser prescritos para ajudar a controlar os impulsos e a ansiedade associados à cleptomania.

Apoio Familiar

O papel da família é fundamental no apoio ao indivíduo que enfrenta a cleptomania. Portanto, a compreensão e o incentivo e o suporte da família desempenham um papel crucial no processo de tratamento. 

Grupos de Apoio

Participar de grupos de apoio para pessoas com transtornos do controle de impulsos pode fornecer uma rede de suporte emocional e compartilhamento de experiências.

Se você ou alguém que você conhece está enfrentando a cleptomania, é crucial buscar ajuda profissional para iniciar o processo de recuperação e encontrar alívio desse comportamento compulsivo.

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