O vestibular é uma época crítica. Nela, é preciso escolher a profissão que gostaríamos de seguir ao longo da vida e, como se isso não fosse bastante, ainda é preciso lidar com a enorme concorrência para entrar nas universidades.

O foco e a dedicação são fundamentais nesse período. Porém, a cobrança vem de todos os lados: interna, de familiares ou até de pessoas próximas. Tamanha ebulição gera a pressão. Pressão psicológica que afeta diretamente o cotidiano de quem está passando por isso.

Nesse sentido, um estudo realizado com vestibulandos constatou que 90% dos participantes alteraram seus hábitos de vida por conta da preparação para o processo seletivo. Dessa forma, é preciso entender como essa pressão psicológica influencia essas pessoas e como resolver a questão.

O que é a pressão psicológica para o vestibular?

“O que vou fazer pelo resto da minha vida?”. Todos já se perguntaram pelo menos uma vez isso, entretanto, na época do vestibular ela é frequente. Ter que refletir sobre as incertezas de um futuro ainda não vivido pode ser exaustivo.

Segundo a psicóloga Maria Emília Garcia, essa “é uma fase de busca de sentido da vida com todas as angústias e ansiedades próprias dessa fase e, por outro lado, uma exigência de que ele [o estudante] escolha nesse momento o que deseja ser para o resto da vida”.

Além disso, a cobrança para passar nos processos seletivos é enorme. São muitas pessoas para poucas vagas oferecidas. A pressão está instalada. Inclusive, uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina, com cerca de 400 vestibulandos, identificou esses problemas. O medo da reprovação e de decepcionar a família foram citados como os principais causadores da ansiedade no vestibular.

Sobre essa situação, a psicóloga Ana Paula Hawatt comenta que “a ansiedade é um sentimento fundamental nesses momentos importantes da vida do candidato. A pressão é natural. A melhor forma de lidar com isso é reconhecer que ela existe e descobrir estratégias que o tranquilizem”.

Não é difícil imaginar as consequências que isso traz para a pessoa, certo? A pesquisa citada anteriormente constatou alguns dados preocupantes. Segundo os dados, mais da metade dos vestibulandos sentem dificuldade frequente de concentração nos meses anteriores as provas. E, ainda, pelo menos um terço sente inquietação, dores de cabeça e até dores musculares.

O trabalho do acompanhamento psicológico

Como estamos tratando de pressão psicológica, a pessoa mais indicada para ajudar o vestibulando nesse processo é o profissional da área: o psicólogo. Nesse sentido, a terapia surge como uma ferramenta para o indivíduo.

A psicóloga Maíza Andrade reforça essa ideia. “O objetivo [da terapia] é fazer o estudante alcançar sua meta. O que é dito durante o atendimento não sai da sala. O aluno não precisa ter vergonha de procurar a orientação. Ele precisa nos ver como mais uma ferramenta que vai fazê-lo conseguir seu objetivo”.

O acompanhamento psicológico, então, é um espaço para as pessoas trabalharem o equilíbrio emocional. Dessa forma, são desenvolvidos exercícios para melhorar a autoestima e evitar que a ansiedade e o estresse atrapalhem os estudos.

Além disso, existem as questões do cotidiano que nos afligem. A terapia também é um espaço para tratar das outras situações que estão acontecendo ao nosso redor. Assim, é possível que a pessoa organize melhor as ideias, o que auxilia o indivíduo a manejar melhor os conflitos que enfrenta.

Nesse sentido, a pesquisadora e psicóloga, Dulce Coppedê, comenta que “o ideal é criar um repertório de linguagem que possibilite construir uma narrativa para ir além da discussão dos sintomas e entender o que acontece de fato por trás daquilo”.

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