Os comportamentos de risco desempenham um papel significativo em diversas áreas da vida, inclusive na saúde mental, onde podem influenciar de forma profunda e muitas vezes trágica. 

Entretanto, é uma questão coletiva e individual, Dessa forma, é fundamental a disseminação de conhecimento sobre cuidado, fatores de proteção e comportamentos de risco como ação de prevenção contra o suicídio. 

O que são considerados comportamentos de risco?

Os comportamentos de risco são sinais de que uma pessoa não está bem e de que necessita de uma atenção cuidadosa à uma probabilidade de suicídio. No entanto, reconhecendo esses sinais, há grandes possibilidades de prevenção, pois é comum que a pessoa mostre em algumas atitudes que tem pensado ou planejado pôr fim à sua vida. 

É importante salientar que o suicídio não possui uma causa única, mas é resultante de uma interação complexa de diversas condições envolvendo questões sociais e econômicas, psicológicas, de saúde física, e eventos estressores de forte impacto na vida da pessoa.

Visto isso, alguns exemplos de condições sociais e econômicas que podem estar associadas ao suicídio e os comportamentos de riscos são: vulnerabilidade social, desemprego, isolamento, estigma e preconceitos. 

Já em relação às condições psicológicas, pode-se citar dor psíquica, impulsividade, depressão, transtornos de personalidade, alcoolismo ou abuso de substâncias e esquizofrenia. Ademais, há associação com conviver com doenças crônicas e dor, além da vivência de acontecimentos de forte impacto como perdas, problemas interpessoais e rejeição. 

8 exemplos de comportamentos de risco

Considerando os principais contextos nos quais os comportamentos de risco se inserem, podemos identificar sinais em alguém que esteja precisando de ajuda. Logo, os principais comportamentos de risco que podem indicar a probabilidade de suicídio são:

1. Mudança brusca de comportamento

Quando uma pessoa experimenta uma alteração súbita e significativa em sua conduta, isso pode ser um indicativo de um risco potencial de suicídio. Isso pode se manifestar de diferentes maneiras, como se retrair e evitar interações com pessoas próximas, ou até mesmo sair repentinamente de um estado de depressão e apatia. 

2. Alterações no modo habitual de ser

Quando uma pessoa começa a apresentar comportamentos fora do comum, como pessimismo excessivo, irritabilidade frequente e um sentimento de desesperança, pode ser um sinal de alerta. Por exemplo, alguém que costumava ser otimista e alegre de repente se torna recluso e melancólico, expressando constantemente visões negativas sobre o futuro.

3. Ações que remetam a uma despedida

Indivíduos que estão considerando o suicídio muitas vezes tentam se despedir de seus entes queridos de maneiras sutis ou diretas. Isso pode incluir buscar pessoas próximas para conversar sobre assuntos não habituais, expressando afeto de forma intensa, fazendo agradecimentos profundos ou tentando resolver conflitos pendentes. 

4. Preocupação em oferecer objetos significativos

Quando uma pessoa demonstra um interesse repentino em dar itens pessoais importantes para ela mesma, isso pode ser um sinal de alerta para o risco de suicídio. Por exemplo, alguém que sempre valorizou certos objetos começa a expressar o desejo de distribuí-los entre amigos e familiares como uma forma de despedida.

5. Falta de cuidado com a saúde e segurança

Indivíduos que estão considerando o suicídio podem começar a se envolver em comportamentos de risco que colocam sua saúde e segurança em perigo. Isso pode incluir relações sexuais desprotegidas com diferentes parceiros, consumo abusivo de substâncias, ou realizar ações imprudentes sem se importar com as consequências. 

6. Diminuição no envolvimento em compromissos do cotidiano

Quando uma pessoa começa a se afastar de suas responsabilidades diárias, isso pode indicar um problema subjacente, incluindo um possível risco de suicídio. Por exemplo, alguém que costumava ser diligente no trabalho ou nos estudos começa a faltar com frequência e perde o interesse em suas tarefas.

7. Alterações intensas nos hábitos de alimentação e de sono

Mudanças dramáticas nos padrões de alimentação e sono podem ser indicativos de um desequilíbrio emocional ou mental, incluindo o risco de suicídio. Por exemplo, uma pessoa que antes tinha um apetite saudável de repente perde o interesse pela comida ou começa a comer compulsivamente. Da mesma forma, alterações no padrão de sono, como insônia grave ou excesso de sono, podem ser preocupantes.

8. Falas como “preferia estar morto” e “quero acabar com tudo”

Expressões diretas de desejo de morte ou de acabar com tudo devem ser levadas muito a sério, pois podem ser indicativas de suicídio. Quando uma pessoa verbaliza esses sentimentos, é essencial oferecer apoio imediato e buscar ajuda profissional. Essas falas podem ser um grito de socorro e exigem uma resposta urgente e compassiva.

O que fazer ao perceber o risco de suicídio?

Ao identificar sinais de possível suicídio, é crucial agir de forma séria e imediata. É essencial manter a calma e abordar a situação em um ambiente íntimo, onde a pessoa se sinta segura e confortável. Expressar uma preocupação genuína e oferecer ajuda de maneira respeitosa e sem julgamento é fundamental para encorajar a pessoa a buscar o suporte necessário.

É interessante auxiliar a pessoa a enxergar possibilidades de ter o seu sofrimento cuidado, mostrando que existem caminhos e tratamentos. Entretanto, além dos comportamentos e fatores de risco, há também fatores de proteção, como a proximidade com a família e amigos com disponibilidade de oferecer efetivo apoio. 

Apesar de muito preocupantes, os comportamentos de risco podem ser uma forma de comunicação importante para que alguém próximo perceba e consiga ajudar uma pessoa a encontrar outros caminhos para seu sofrimento. O cuidado, o afeto, o diálogo e o acompanhamento profissional sem dúvida podem salvar vidas. 

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