Alguns dias antes de cometer suicídio aos 41 anos de idade, o vocalista da banda norte-americana Linkin Park, Chester Bennington, aparentava estar bem e feliz, segundo o que conta a viúva do músico, Talinda Bennington. Quando a notícia de sua morte correu o mundo, o choque tomou conta de fãs, amigos e familiares, afinal, o pai de seis e marido amoroso não poderia ter tirado a própria vida, poderia?
O que a viúva de Chester e o restante do mundo aprendeu com a sua morte é que as doenças psicológicas são silenciosas. Pessoas com depressão podem sair para festas, sorrir e serem carinhosas com quem as cerca. Podem ser a fortaleza de um lar, o ombro amigo de que você precisa e, ainda assim, sofrerem por dentro. “Hoje eu sei muito mais sobre os sinais, mas eles definitivamente estavam lá: a desesperança, a mudança de comportamento e isolamento”, declarou Talinda em entrevista à CNN.
A história de Chester não é incomum. Atualmente, o suicídio é “segunda maior causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos de idade”, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados são preocupantes: A cada 40 segundos, uma pessoa se suicida no planeta. Como identificar sinais suicidas? Como frear esse mal silencioso?
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O suicídio
Falar sobre o suicídio não é fácil, mas é um tema que precisa ser discutido, afinal, os números não param de subir. O suicídio é “um ato deliberado, iniciado e levado a cabo por uma pessoa com pleno conhecimento ou expectativa de um resultado fatal”, define a OMS (Organização Mundial da Saúde). Diversos motivos podem levar alguém a considerar e/ou cometer o suicídio:
- Depressão ou outras doenças mentais;
- Tentativas anteriores;
- Luto recente;
- Dependência química ou alcoólica;
- Histórico de suicídio familiar;
- Falta de vínculos sociais e familiares;
- Doenças terminais ou incapacitantes;
- Problemas escolares (como o bullying) ou laborais;
- Desemprego;
- Declínio social;
- Divórcio;
- Estresse.
Fatores sazonais, geográficos, de gênero (feminino e masculino), etários, entre outros, também são levados em conta no estudo das origens do pensamento suicida. Como a viúva de Chester mencionou em entrevistas, o marido deu sinais de que estava com problemas psicológicos sérios, porém nem ela e nem ninguém ao redor percebeu. É que muitas vezes tomamos como suicida alguém que constantemente está triste, o que também pode acontecer, mas há casos em que o indivíduo aparenta estar bem, e isso é um dos enganos mais comuns.
Veja aqui 7 sinais do comportamento suicida!
O CVV
O CVV (Centro de Valorização da Vida) é uma entidade sem fins lucrativos que atua na conscientização sobre a prevenção do suicídio desde 1962, e, juntamente com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), deu início à campanha do Setembro Amarelo no Brasil.
“O CVV — Centro de Valorização da Vida, fundado em São Paulo, em 1962, é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de Utilidade Pública Federal, desde 1973. Presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato.
A instituição é associada ao Befrienders Worldwide, que congrega entidades congêneres de todo o mundo, e participou da força tarefa que elaborou a Política Nacional de Prevenção do Suicídio, do Ministério da Saúde, com quem mantém, desde 2015, um termo de cooperação para a implantação de uma linha gratuita nacional de prevenção do suicídio”, informa o site oficial do CVV.
Como lidar com um possível caso de suicídio?
É bastante delicado lidar com alguém que está considerando o suicídio e/ou dando sinais de que pode vir a cometer tal ato. Caso conviva com alguém de quem suspeita ser um possível suicida, entre em contato diretamente com o CVV, afinal, todos os casos de urgência são encaminhados para lá ou então procure um posto de saúde. “Os contatos com o CVV são feitos pelos telefones 188 (24 horas e sem custo de ligação), pessoalmente (nos 110 postos de atendimento) ou pelo site www.cvv.org.br, por chat e e-mail. Nestes canais, são realizados mais de 2 milhões de atendimentos anuais, por aproximadamente 2.400 voluntários, localizados em 19 estados mais o Distrito Federal”, informa o site.
O Ministério da Saúde também informa que os serviços abaixo também atendem casos de suicídio:
CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde) e UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro, hospitais, além do CVV.
O portal do Ministério da Saúde também dá as seguintes ações se estiver diante de uma pessoa sob risco de suicídio:
- Encontre um momento apropriado e um lugar calmo para falar sobre suicídio com essa pessoa. Deixe-a saber que você está lá para ouvir, ouça-a com a mente aberta e ofereça seu apoio.
- Incentive a pessoa a procurar ajuda de profissionais de serviços de saúde, de saúde mental, de emergência ou apoio em algum serviço público. Ofereça-se para acompanhá-la a um atendimento.
- Se você acha que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixe sozinha. Procure ajuda de profissionais de serviços de saúde, de emergência e entre em contato com alguém de confiança, indicado pela própria pessoa
- Se a pessoa com quem você está preocupado(a) vive com você, assegure-se de que ele(a) não tenha acesso a meios para provocar a própria morte (por exemplo, pesticidas, armas de fogo ou medicamentos) em casa.
- Fique em contato para acompanhar como a pessoa está passando e o que está fazendo.
Jamais lide com o caso sozinho e despreparado, pois nunca se sabe quais palavras e/ou atitudes podem ser o gatilho que levará alguém a cometer suicídio. Apenas profissionais da saúde especializados estão aptos para exercer o papel de guias através de orientações psicológicas. É importante lembrar que plataformas de psicologia online, como a Telavita, NÃO estão permitidas a atender casos de urgência, como o suicídio. A orientação é SEMPRE entrar em contato com o CVV.
Caso VOCÊ, que está lendo esse artigo nesse momento, esteja considerando o suicídio, ligue para o CVV no 188. A entidade possui os melhores profissionais para te ajudar a organizar os pensamentos e encontrar uma melhor solução. Você não está sozinho nessa luta, saiba que nenhum sofrimento é eterno. Existem pessoas à espera para te ajudar no que precisar do outro lado do telefone.