A ocitocina, também conhecida como hormônio do amor, ajuda a regular os relacionamentos humanos.

Ah, o amor. Sempre visto pelo lado filosófico e belo. Quem iria pensar de outra forma? É um sentimento único que muda a percepção de mundo de qualquer um. O céu parece mais azul e as flores exalam seus perfumes.

Apesar das inúmeras mudanças notáveis no cotidiano de uma pessoa enamorada, existem modificações químicas que acontecem no cérebro até chegar a essa sensação. Nesse sentido, já existem estudos acadêmicos focados em compreender como funciona isso no corpo humano.

Excluindo o figurativo papel do coração, talvez você já tenha escutado da ocitocina, hormônio do amor. Aparentemente, ele atua de forma direta nos relacionamentos amorosos. Entretanto, são diferentes mitos que envolvem esse pequeno mistério do organismo.

Matérias e mais matérias exaltam o seu papel, entretanto, não exploram suas variantes. O hormônio ocitocina precisa ser mais bem compreendido.

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O que é ocitocina?

A ocitocina é um hormônio que atua como um neurotransmissor — espécie de “mensageiro químico” responsável pela comunicação entre neurônios e outras células.  Ela é produzida pelo hipotálamo, transportada e secretada pela glândula pituitária.

E a ocitocina, serve para quê? De acordo com o artigo “The orgasmic history of oxytocin: Love, lust, and labor”, “a ocitocina é mais conhecida por seus papéis na reprodução feminina. É liberado em grandes quantidades durante o trabalho de parto e após a estimulação dos mamilos. É um facilitador para o parto e a amamentação”.

No entanto, estudos recentes começam a ampliar o espectro de atuação do hormônio. A ocitocina humana também parece ter papel no comportamento das pessoas, nos vínculos sociais e na atividade sexual.

“Acredita-se agora que este pequeno peptídeo de nove aminoácidos esteja envolvido em uma ampla variedade de funções fisiológicas e patológicas, como atividade sexual, ereção peniana, ejaculação, gravidez, contração uterina, ejeção de leite, comportamento materno, vínculo social, estresse e provavelmente muito mais”, complementa.

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Uma nova pesquisa publicada na Nature Communications sugere que esse hormônio está envolvido em regiões do cérebro correlacionadas com o apetite, recompensas e antecipações, além de relações sociais.

Daniel Quintana, pesquisador de psiquiatria biológica da Universidade de Oslo e autor do estudo, ressalta em entrevista à Vox que “esse resultado deixa mais claro para mim que a ocitocina é mais um hormônio regulador [ou seja, um hormônio que ajuda o corpo a manter sua homeostase] que influencia o comportamento social. Ele tenta manter a estabilidade em um ambiente em mudança”.

O hormônio do amor

E, afinal, qual o hormônio do amor? Bem, para muitos, a ocitocina continua sendo a escolha favorita. Como visto, ela possui um fator importante no comportamento social e nos relacionamentos das pessoas. A alcunha de “hormônios do amor” vem dessa relação mais forte presente nos casais apaixonados.

A endocrinologista Tatiana Cunha explicou à Exame os efeitos da produção da ocitocina no corpo quando alguém está perto dos parceiros: “Quando isso acontece, os níveis de cortisol (hormônio do estresse) diminuem no organismo. Também está intimamente ligada à sensação de prazer e de bem estar físico e emocional e à sensação de segurança e de fidelidade entre o casal”.

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Uma pesquisa realizada pelo Departamento de Psicologia e Neurociência da Universidade da Carolina do Norte analisou 129 adultos romanticamente envolvidos. O objetivo era entender como a ocitocina responde a certos estímulos.

O resultado: nos casais cujo parceiro expressou gratidão, foi observado um maior nível do hormônio, além de uma maior percepção da capacidade de resposta e gratidão da pessoa, bem como a um maior amor experimentado.

O mesmo artigo, ainda, tratou sobre quatro outros estudos que mediram a ocitocina em resposta aos processos de ligação interpessoal nas relações românticas humanas e adultas. “Todos fornecem evidências promissoras em apoio à tese de que a ocitocina facilita o processo de aproximação”, conclui.

Outra pesquisa procurou compreender e comparar o nível de ocitocina em pessoas no início de um relacionamento e pessoas solteiras. Os resultados apresentaram um nível significativamente maior do hormônio nos novos amantes.

“Esses altos níveis de ocitocina entre os novos amantes não diminuíram seis meses depois e mostraram alta estabilidade individual. A ocitocina correlacionou-se com a reciprocidade interativa dos casais, incluindo foco social, afeto positivo e toque afetuoso”, complementa o estudo.

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