Estamos constantemente cercados por situações potencialmente perigosas: a violência, o trânsito das cidades grandes e os edifícios gigantescos podem ser alvo de muito medo para algumas pessoas. Sentimentos de fobia na atualidade são muito comuns em determinadas situações. Entre eles, a agorafobia.

Mais de 7 milhões de carros circulam, diariamente, pela cidade de São Paulo. Parece simples sair de casa, não? Mas, para algumas pessoas, esse ritual não é tão fácil assim. O medo do perigo é maior, e colocar os pés na rua pode ser sinal de que algo ruim pode acontecer. 

Os sentimentos advindos de uma fobia agem dessa forma. Um medo extremo toma conta dos pensamentos da pessoa acometida e são capazes de paralisar a pessoa, a impedindo de realizar suas tarefas diárias e ter uma vida normal.

Afinal, o que é agorafobia?

A agorafobia é uma condição que acomete cerca de 30 a 50% das pessoas que possuem a síndrome do pânico. O agorafóbico sente profunda angústia, medo e ansiedade quando se encontra em lugares ou situações das quais não consegue enxergar saída e maneiras fáceis de escapar caso algo lhe aconteça.

Dessa forma, a agorafobia se trata de um transtorno de ansiedade que está, muitas vezes, atrelado a crises de pânico. O termo, por sua vez, provém das palavras gregas “ágora”, um tipo de praça na Grécia Antiga onde reuniões eram realizadas, e “fobos”, que quer dizer “medo”. Esse nome foi dado ao problema pois, inicialmente, ele era atrelado apenas ao medo que as pessoas sentiam de estarem em lugares abertos. 

Porém, com o aprofundamento das pesquisas acerca do tema, temos um significado mais amplo e que não se limita somente a lugares abertos, e, sim, a comportamentos de esquiva e ansiedade frente a situações que seria difícil receber ajuda caso necessário.

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O que causa a agorafobia?

Quando falamos do surgimento de transtornos psicológicos, é comum associarmos seu aparecimento com fatores genéticos e ambientais. Logo, sabemos que a presença de transtornos de ansiedade entre membros da mesma família pode influenciar, mas a hereditariedade não é a causa principal.

Na maioria das vezes, o surgimento dos transtornos de ansiedade são dados pelo ambiente externo. Crianças maltratadas na infância, episódios traumáticos, situações adversas estressantes, bullying e a própria personalidade tímida, podem ser grandes vilões no aparecimento de transtornos como a agorafobia.

Logo, uma das teorias é a de que algum evento traumático possa ter proporcionado uma experiência desagradável para o indivíduo, e a partir dessa situação aversiva que lhe proporcionou sentimentos ruins, ele toma a partir de então, medo de vivenciá-la novamente, experienciando um limbo emocional.

Sintomas da agorafobia 

Geralmente, na agorafobia, a pessoa relaciona determinadas situações ou ambientes com seus medos e passa a evitá-los com receio que deflagrem ataques de pânico. Ainda, passa a precisar sempre de alguém de confiança por perto.

Quem tem agorafobia pode sofrer dos sintomas abaixo:

  • Medo;
  • Esquiva de lugares e situações que possam causar sentimentos como pânico, aprisionamento, humilhação, vergonha e impotência;
  • Depressão;
  • Ansiedade;
  • Angústia;
  • Apreensão;
  • Tremores;
  • Aumento da frequência cardíaca;
  • Ataques de pânico.

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O tratamento para agorafobia

Assim como todos os transtornos de ansiedade, a agorafobia  não tem cura, pois é uma doença crônica. No entanto, existem meios de tratá-la e diminuir os efeitos negativos na vida do paciente.

O principal método para enfrentar a agorafobia é por meio da psicoterapia. Assim, com um tratamento colaborativo entre o paciente e psicólogo, o profissional aplicará suas técnicas e abordagens baseadas no caso que está lidando e iniciará o tratamento dialético com o paciente. A terapia ensina como controlar a fobia e identifica as causas do transtorno.

O tratamento medicamentoso também é possível, mas somente com prescrição médica. Os remédios, por sua vez,  envolvem  o uso de inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina, drogas antidepressivas e ansiolíticas que regulam as concentrações de neurotransmissores relacionados ao bem-estar e ao estresse no cérebro.

Como qualquer doença, a agorafobia também precisa ser tratada e levada a sério.

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