Antidepressivos: para que servem?

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Considerado o grande mal do século 21, a depressão já atinge cerca de 11,5 milhões de pessoas no Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).  No entanto, pode se dizer que esse tipo de transtorno é uma doença psiquiátrica. Logo, geralmente é tratado com o uso de antidepressivos para auxiliar o tratamento.

Ainda, não é à toa que o consumo de remédios para tratar a depressão decolou nos últimos anos dentro do país. O uso de antidepressivo registrou um crescimento de 74% em 6 anos. De acordo com o levantamento realizado, foram comercializadas 61.859 unidades de medicamentos em 2016.

Mesmo assim, a discrepância entre o número de indivíduos com depressão e o uso de medicamentos para combatê-la demonstra ainda uma falta de entendimento sobre o assunto, afinal como funcionam e para que servem os antidepressivos?

O que são os antidepressivos?

Os remédios para depressão, mais conhecidos como antidepressivos, foram descobertos ao acaso, pois antes eram prescritos originalmente para tuberculose. No entanto, seu objetivo é  estimular a produção e a liberação dos neurotransmissores, substâncias químicas produzidas pelos neurônios responsáveis pela transmissão e propagação de impulsos nervosos.

A serotonina, por exemplo,  é um desses neurotransmissores responsável pelo estado de vigília do cérebro e regulação do humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, entre outros. 

Logo, é  importante salientar que os efeitos do uso de antidepressivos são subjetivos. As medicações possuem efeitos colaterais e variam conforme o organismo do paciente. Sendo assim, há casos em que o ganho de peso ocorre e, em outros, em que a perda de peso acontece. 

LEIA MAIS: O que é a depressão?

Como os antidepressivos ajudam na depressão?

O quadro depressivo, geralmente, dispõe de condições biológicas. No caso do transtorno, é comum observar nas pessoas certa deficiência nos neurotransmissores do cérebro, que causam uma piora da condição.

Os neurotransmissores são responsáveis por realizar a comunicação entre os neurônios. E, uma vez desregulados, acabam prejudicando o funcionamento do organismo e causam variações no humor e nas emoções. Então, é possível observar a deficiência na captação de serotonina, noradrenalina, dopamina e outros neurotransmissores.

Considerando os fatos, os medicamentos procuram aumentar a disponibilidade dos neurotransmissores em busca de controlar melhor o sistema químico que está desregulado. 

Dessa forma, os remédios ajudam a diminuir os sintomas causados pela depressão. Entretanto, os resultados não são imediatos e podem demorar algumas semanas para a pessoa sentir os efeitos.

Antidepressivos viciam?

Há a crença de que antidepressivos viciam, mas isso não procede. “O hipertenso é dependente do remédio? Ou alguém chamaria um diabético de viciado em insulina? Não! O paciente toma porque o remédio está dando para ele o que o corpo está precisando”, explica Wagner Gattaz, psiquiatra e professor universitário.

Existem muitos tipos de antidepressivos e é preciso bastante cuidado na prescrição deles, pois cada qual vai agir de modo diferente nos organismos. Por isso é que muitos pacientes reclamam da ineficácia desses .

Todavia, a saída é sempre a informação: procurar um médico qualificado que entenda os motivos da falha e que consiga prescrever um medicamento que condiz melhor com o funcionamento do organismo desse paciente.

LEIA MAIS: A importância da psiquiatria na prevenção de doenças psíquicas

Tratamentos para a depressão

Sabe-se que 50% das pessoas deprimidas não recebem o tratamento adequado e isso acontece por diversos motivos. Um deles é a banalização da depressão. Muita gente pensa que depressão não existe, ou que é apenas uma fase, mas o fato é que a doença faz mais vítimas a cada dia que passa.

Outro motivo para esse alto número é a falta de conhecimento. As causas, os tipos, os sintomas mais intensos e o estilo de vida de cada indivíduo diferente, portanto as formas de tratamento também. Existem dois pilares fundamentais na recuperação: o acompanhamento psicológico periódico e o uso de medicamentos. 

A terapia ajuda a modificar comportamentos e pensamentos, e permite medir os avanços na melhora do quadro. Enquanto isso, os antidepressivos equilibram a química cerebral ao ajustar neurotransmissores como a serotonina. 

É importante que ambos sejam aliados no combate a depressão. Além disso, é importante  adotar um estilo de vida saudável, pois uma dieta equilibrada e uma rotina de exercícios físicos dão suporte ao tratamento convencional.

LEIA MAIS: Os benefícios da consulta psicológica no tratamento da depressão

Como é feito o diagnóstico?

O profissional responsável por recomendar o uso desses medicamentos é o psiquiatra. Ele é a figura capaz de entender o contexto de cada paciente e receitar o remédio necessário. Para tal, ele considera aspectos como condição médica apresentada, idade e sintomas.

Porém, vale ressaltar que não existe o melhor antidepressivo. São diferentes tipos de medicamentos e cada um funciona de forma única. A diversidade ocorre para atender a pluralidade de casos apresentados aos médicos psiquiatras.

Nesse sentido, os antidepressivos não são iguais e nem funcionam de forma similar para cada um. Aliás, não é difícil encontrar casos em que são realizadas trocas na medicação para encontrar o melhor remédio que se adapte ao paciente.

Além disso, é importante reconhecer o efeito colateral de antidepressivos. Os remédios, geralmente, demonstram certos sintomas nas primeiras semanas que podem não ser tão agradáveis. Por conta disso, é necessário se informar com o responsável pelos remédios e quais riscos ele pode trazer.

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Quando parar com o remédio antidepressivo?

Apesar de óbvio, é necessário frisar: nunca pare de tomar a medicação sem recomendação médica. O profissional da saúde sabe os efeitos do remédio e o que a sua falta repentina pode causar no corpo. Portanto, não tome decisões sozinho. Cabe ao médico aconselhar isso.

Além disso, a pessoa nunca irá deixar de tomar o que era receitado de uma vez. Existe uma diminuição progressiva do que vinha ocorrendo. Tal conduta é tomada para evitar um efeito “rebote” na pessoa, ou seja, que ela volte a sentir os sintomas que já estavam controlados.

Veja o vídeo da nossa psicóloga Sonia Pittigliani sobre o assunto:

2 COMENTÁRIOS

  1. Meu nome é Cida. Tenho depressão. Estou com 65 anos. Convivo com esse sofrimento a décadas. Tentei suicídio por muitas vezes. Sei que vou partir para Glória com o Senhor Jesus no dia que Ele quiser.
    Mas confesso que sou uma pessoa triste, apesar de ter filhos e netas maravilhosos.
    O real motivo hoje é por causa do meu ex marido ter me repudiado, pediu o divórcio por ter arrumado uma mulher mais jovem.

    • Oi, Cida.
      Infelizmente na vida estamos sujeitos a tudo, qualquer tipo de situação.
      Você pode ser o fio condutor da sua vida, sendo feliz e próspera. Nenhuma outra pessoa, mesmo seu ex-marido, pode ditar como você se sente. Fale com um dos nossos profissionais para mudar esse cenário e com o CVV no telefone 186 nos dias mais difíceis para receber suporte.

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