O termo “psicótico” causa calafrios em diversas pessoas. É que, geralmente, a expressão é utilizada como sinônimo de loucura e veiculada a notícias de crimes. Entretanto, ao falarmos de depressão psicótica, continuar utilizando a palavra nesse sentido é errôneo.
A depressão pode ter manifestações psicóticas e, não é necessário ter medo sobre o assunto, mas sim, conhecê-lo. Afinal, se trata de uma condição clínica e não algo a temer. Existem diversos tipos de depressão, e a psicótica é um deles.
Conforme estudos, a depressão psicótica já afeta 15% dos casos depressivos. Além disso, suas características não fogem do lugar comum da doença. O que ocorre, na verdade, são ocasiões de delírios e alucinações em conjunto com os sintomas dos quadros depressivos. Então, que tal conhecer mais sobre o assunto?
Depressão psicótica: o que é?
A depressão psicótica é uma forma intensa de transtorno depressivo que envolve a presença de sintomas psicóticos durante os episódios depressivos. No entanto, o DATASUS (Departamento de Informática do SUS) define a depressão grave com sintomas psicóticos como “Transtorno Depressivo Recorrente”.
O Transtorno Depressivo Recorrente são aqueles de ocorrência repetida de episódios depressivos independentes de exaltação de humor e de aumento de energia (mania).
Todavia, a depressão psicótica em si, é definida pela ocorrência repetida de episódios depressivos, sendo o episódio atual grave, com sintomas psicóticos na ausência de qualquer antecedente de mania.
Depressão psicótica: causas
Apesar de alguns indicativos, ainda não é possível apontar qual é a causa principal da depressão psicótica. No entanto, fatores hereditários, biológicos e de ambiente são alguns fatores que influenciam a condição.
Em relação à questão hereditária, pessoas com histórico familiar de transtornos mentais possuem mais chances de desenvolver a doença. Do lado biológico, o problema pode ser o resultado de alterações do equilíbrio hormonal no corpo.
Além disso, os genes em combinação com situações de trauma e grande estresse podem desencadear um distúrbio na produção de substâncias químicas no cérebro – o que explicaria a condição.
Sintomas da depressão psicótica
Conhecer os sintomas de depressão psicótica é imprescindível. A suspeita da doença e a consequente busca de ajuda médica, somente podem ser realizadas com o mínimo de conhecimento sobre o que está acontecendo. Então, identificar os sintomas é crucial.
Veja abaixo quais os sintomas da depressão psicótica:
- Tristeza profunda;
- Humor deprimido;
- Falta de interesse;
- Baixos níveis de energia;
- Dificuldade de concentração;
- Insônia;
- Alterações no apetite ou peso;
- Pensamentos de morte ou suicídio;
- Agitação;
- Delírios e alucinações;
- Comportamento autolesivo;
- Despersonalização;
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da depressão psicótica é realizado, geralmente, pelo médico psiquiatra. Sendo assim, o profissional irá levantar o histórico de saúde da pessoa para compreender o que está acontecendo e o motivo disso.
Para realmente compreender a doença, é imprescindível notar os sintomas tanto de depressão, quanto aqueles psicóticos. Ou seja, a pessoa apresentará indícios de tristeza profunda com sinais de alucinações e delírios.
No entanto, o profissional capacitado poderá solicitar exames, verificar os sintomas e diagnosticar o indivíduo com base nos seus relatos comportamentais. A base para o diagnóstico é feita no DSM-V, manual dos transtornos mentais.
Depressão psicótica tem cura?
Muitas pessoas que recebem tratamento eficaz experimentam uma melhoria substancial nos sintomas depressivos e psicóticos. Isso pode levar à remissão, onde os sintomas desaparecem ou diminuem significativamente a ponto de não causarem mais impacto significativo na vida diária.
Apesar do anseio pela resposta, a pergunta não é tão simples de ser respondida. A depressão, de um modo geral, não possui cura. Porém, é possível controlar os sintomas e levar uma vida normal sob tratamento.
É importante lembrar que a resposta ao tratamento varia de pessoa para pessoa. Algumas podem responder bem ao tratamento e alcançar uma recuperação significativa, enquanto outras podem precisar de acompanhamento contínuo e ajustes no tratamento da doença psíquica.
O acompanhamento médico regular e a colaboração com profissionais de saúde mental são fundamentais para gerenciar a depressão psicótica de forma eficaz.
Tratamento para depressão psicótica
O tratamento para a depressão psicótica é geralmente abrangente e pode envolver uma combinação de intervenções médicas, terapias psicológicas e apoio psicossocial. Aqui estão as principais abordagens utilizadas no tratamento da depressão psicótica:
Medicamentos
Antidepressivos: Medicamentos antidepressivos, como inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) ou outros tipos de antidepressivos, podem ser prescritos para tratar os sintomas depressivos.
Antipsicóticos: Em casos de sintomas psicóticos, antipsicóticos podem ser usados para tratar alucinações, delírios e outros sintomas relacionados à psicose.
Psicoterapia
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): A TCC pode ajudar a pessoa a identificar padrões de pensamento negativos e desenvolver habilidades para lidar com eles de maneira mais eficaz.
Terapia de Apoio: Fornecer um ambiente seguro para a pessoa discutir seus sentimentos e preocupações pode ser benéfico, especialmente para lidar com emoções intensas.
Hospitalização
Em casos graves, onde a segurança da pessoa está em risco ou os sintomas são muito debilitantes, a hospitalização pode ser necessária para monitorar e tratar os sintomas de forma intensiva.
Gestão de estresse e estilos de vida saudáveis
Adotar um estilo de vida saudável, incluindo exercícios regulares, alimentação balanceada e práticas de redução de estresse, pode complementar o tratamento médico e melhorar a recuperação.
Suporte psicossocial
Participar de grupos de apoio, interagir com amigos e familiares e buscar atividades que proporcionem prazer podem ajudar a reduzir o isolamento social e melhorar o estado de ânimo.
Como é a terapia da depressão com surto psicótico?
O papel do psicólogo é fundamental, pois ele irá auxiliar o paciente na retomada de uma vida plena. Sendo assim, o tratamento procura entender quais são os gatilhos que despertam a doença. Além disso, a terapia é um momento para a pessoa compreender os próprios sentimentos em relação à situação.
O acompanhamento psicológico para pessoas com surtos psicóticos, então, visa conscientizar o indivíduo sobre os efeitos que o transtorno gera nas diversas áreas da vida. Somente assim, a pessoa conseguirá realizar uma maior reflexão e promover o autoconhecimento.
A partir disso, o psicólogo apresentará recursos e técnicas necessárias para que o paciente consiga suportar os momentos de crise. Dessa forma, será possível que a pessoa tenha um maior controle sobre o que acontece no cotidiano e nos momentos difíceis.
excelente explicações parabens pela excelencia dos trabalhos
Matéria excelente, bem explicada. Pude conhece mais sobre o assunto.
Parabéns!
Eu percebo que a mente, no meu caso, histórico de fobia social e depressão, entra numa espécie de saturação e o que seria “quadros” psicóticos seria uma espécie de imagem mental que se replica ou possa nem ser “processada”, ou pensamentos como serem audíveis a quem os pensa! Ai entra aquela “recomendação” de se evitar o stress, como nesses tempos em que meu irmão que foi o inventariante do espólio da nossa mãe Não marca reunião familiar sobre o destino do imóvel (fase venda externa ou para algum herdeiro) e, querendo só saber a minha opinião! Ai busco “me blindar” desse stress, seguindo a minha vida! E como dito na matéria: Depressão Não tem cura! Vivamos um dia de cada vez, neurônios até aqui, sabemos que não se renovam. Deixo aquela máxima e oração: “Deus, me ajude a viver esse dia, com discernimento para mudar o que está ao meu alcance e serenidade para compreender o que não cabe a mim, mudar”!