Apesar de suas semelhanças, o TDAH em adultos é diferente do infantil
Imagine uma pessoa desatenta com imensa dificuldade em prestar atenção no que lhe é dito. Concentrada não é um adjetivo que a possa definir. A impulsividade e a necessidade de movimentar-se o tempo todo são traços comuns a ela.
Essa descrição acima provavelmente te remeteu a uma criança, afinal, essa é a imagem padrão que geramos desse cenário. E não há nada de errado nisso. Entretanto, dificilmente alguém notaria que tal proposição estava descrevendo o TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) em adultos.
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Apesar do transtorno ser, geralmente, associado a população infantil, a hiperatividade, dificuldade de atenção e concentração também são componentes encontrados em pessoas mais velhas. O TDAH na fase adulta existe e ainda precisa ser melhor compreendido.
O que é o TDAH adulto?
O transtorno afeta tanto crianças, como adultos. O problema de falta de atenção é o mesmo, certo? Sim, mas será que a incidência dela é diferente conforme o passar dos anos? Antes de compreender isso, é necessário ter uma noção geral do que seja o TDAH.
De acordo com Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (APA), “o TDAH é caracterizado por um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento e desenvolvimento”.
Essa é a definição global. Entretanto, na prática esse conceito acaba não condizendo totalmente com o que ocorre. As pessoas com TDAH sofrem com esses sintomas, porém é importante entender o grau deles.
Ao analisar o transtorno sob o ponto de vista das crianças, é possível perceber uma maior incidência na hiperatividade no comportamento delas. Quanto aos adultos, a falta de atenção e dificuldade de concentração se destacam.
A APA estima que 8,4% das crianças precisam lidar com o transtorno. Já em relação as pessoas mais velhas, 2,5% acabam convivendo com o TDAH na vida adulta.
Incidência do déficit de atenção em adultos
É interessante pensar que ainda existem artigos que comentam a inexistência de TDAH no adulto, mesmo com comprovação científica. Isso ocorre, pois, por muito tempo, acreditou-se que o transtorno era algo inerente aos problemas infantis.
Também o é, entretanto, a questão é um pouco mais complexa. O que acontece com essas crianças que foram diagnosticas com TDAH na infância? Ou pior: aquelas que possuem o transtorno, mas nunca descobriram? Bem, elas se tornarão em um adulto com déficit de atenção, evidentemente.
“Conheça 10 sintomas de TDAH!”
Sobre o assunto, o psiquiatra Lenard Adler comenta que “pesquisas sugerem que 30 a 70% das crianças com TDAH continuam apresentando sintomas do transtorno quando se tornam adultos Infelizmente, o diagnóstico de TDAH adulto ainda não é amplamente reconhecido. Apenas 10 a 25% dos adultos com TDAH são realmente diagnosticados e tratados adequadamente”.
O que há pouco tempo, porém, ainda não possuía respaldo científico era a possibilidade de alguém desenvolver o transtorno após a vida adulta. Mesmo assim, tal suposição já está sendo comprovada aos poucos.
Em entrevista à Saúde, o psiquiatra Christian Kieling, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), afirma que “estamos diante de algo totalmente novo. Até pouco tempo atrás ninguém acreditaria que o TDAH poderia ter início após a adolescência”.
Ele e seu grupo analisaram mais de 4,2 pessoas em duas etapas: uma na infância e outra aos 18 anos. O resultado: 87% dos jovens com TDAH não tinham o problema quando pequenos. Apesar de não gerar tanta comoção quanto o caso infantil, falar de adultos com TDAH está ganhando cada vez mais destaque.
Caso se identifique com o quadro ou conheça alguém, procure um psicólogo ou psiquiatra presencial para o diagnóstico. E se precisar de tratamento, saiba que a terapia é uma das mais importantes formas de acompanhamento. A Telavita pode te ajudar nessa luta. A plataforma online possui um leque de opções de profissionais capacitados e especializados.
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