O nome Albert Einstein é sempre associado à inteligência. Não é por menos, já que o físico alemão marcou o mundo com as suas teorias e descobertas acerca do universo e da ciência. Mas o que muita gente não sabe é que esse gênio à frente de seu tempo tinha dislexia. Sim, é isso mesmo. Einstein tinha dislexia. E tudo bem, afinal dislexia não é sinônimo de burrice!

Um dos maiores problemas quando se fala de dislexia é o preconceito. Por falta de conhecimento acerca do transtorno, muita gente tem a ideia errônea de que dislexia é falta de inteligência. A perpetuação desse estigma dificulta muito no tratamento e aumenta os conflitos que os disléxicos enfrentam.

O objetivo desse artigo é justamente mostrar o que é dislexia e o quanto as pessoas que convivem com ela precisam do apoio e entendimento da sociedade para viver uma vida com menos impactos emocionais e psicológicos negativos.

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O que é dislexia?

Dislexia é um transtorno de origem neurobiológica que dificulta a aprendizagem e cria complicações na fluência da linguagem (sua escrita, soletração e leitura). Ela pode também dificultar outros tipos de distinções, como por exemplo o que é direito e esquerdo.

É uma falha na aprendizagem, por isso costuma ser identificada no período escolar. Quem possui este transtorno tem a dificuldade de transformar os símbolos escritos em signos verbais, o que atrapalha na leitura e escrita.

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Dislexia e seu significado: é uma palavra que deriva do grego. “Dis” (dus) significa dificuldade e “lexis”, linguagem. Portanto, dislexia é o nome que se dá à dificuldade que algumas crianças apresentam para aprender a ler, escrever ou para compreender o texto que leem, define o site do Dr. Drauzio Varella.

Associação Brasileira de Dislexia complementa a definição: “Essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas.”

O psicológico e o emocional

Além das dificuldades diretas que o transtorno acarreta na vida dos disléxicos, eles também possuem diversas questões emocionais e psicológicas atreladas a ele como consequência.

“Várias reações emocionais podem ocorrer nos disléxicos. Alguns têm atitudes depressivas diante de suas dificuldades de aprendizagem, recusando situações que exijam rendimento sistemático e ativo por temor de viver situações de fracasso. Outros apresentam atitude agressiva diante de seus superiores e iguais, com comportamento de hostilidade para com seus professores e colegas adiantados na escola”, explica Maria Arminda S. Tutti Cabussú, psicóloga junguiana responsável pelo estudo “Dislexia e estresse: implicações neuropsicológicas e psicopedagógicas”.

LEIA MAIS: Os impactos psicológicos da dislexia

Muitos são os casos de depressão em pessoas com dislexia, pois a baixa autoestima que essas pessoas desenvolvem por conta das dificuldades e da diferença que eles sentem em relação ao seus colegas na escola, desperta pouca confiança em si mesmos. Por vezes, o bullying pode ocorrer e trazer ainda mais problemas nesse quesito. 

“Podem também evitar e rejeitar qualquer situação que envolva leitura, retirando-se da aprendizagem e de competições, o que leva a uma diminuição da sua autoestima”, adiciona a psicóloga. Ela também chama a atenção para o medo e o estresse que podem surgir. A ansiedade e o medo, de acordo com ela, são reações são reações fisiológicas esperadas dos indivíduos frente a situações adversas.

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“O estresse pode ser criado pela própria criança, de acordo com sua maneira de perceber a si mesma e ao mundo a sua volta. Sua aprendizagem social e características pessoais são formadas por meio de ensinamentos recebidos direta ou indiretamente pelos adultos significativos com quem se relaciona (pais, professores, familiares, amigos, etc.). Pais excessivamente exigentes e/ou superprotetores podem gerar filhos perfeccionistas, ansiosos, inseguros e, consequentemente, estressados”.

Alguns dos sintomas físicos do estresse, segundo Cabússu, são: “náuseas, dores de cabeça e barriga, diarreia, agitação motora, tensão muscular, gagueira, enurese noturna, ranger dentes e tique nervoso. Os sintomas psicológicos mais frequentes são: agressividade, medo e choro excessivos, pesadelos, ansiedade, insegurança, dificuldade de relacionamento, distúrbios de atenção e concentração, desobediência, irritabilidade, impaciência, mudanças constantes de humor, desânimo, terror noturno, impaciência, dificuldades escolares, dentre outros”.

Tratamentos para dislexia

Fonoaudiologia: o tratamento é adaptado segundo o grau de dificuldade do paciente, mas é passado um conteúdo básico, onde o treinamento deve ser constante, mantendo e reforçando sempre o que foi aprendido.

Aprendizado escolar: nessa etapa dependerá muito de cada professor de amenizar o distúrbio e incluir a criança cada vez mais junto aos outros na sala de aula.

Medicamentos: Remédios para a dislexia só são indicados quando há outras doenças envolvidas, como a ansiedade, hiperatividade, entre outros.

O acompanhamento psicológico é aconselhado para toda a vida, mesmo que não seja contínuo, no processo de como tratar a dislexia. Porém, durante a fase infantil é essencial para assim poder desde cedo criar formas de adaptação no meio social e para que as barreiras existentes não prejudiquem muito o desenvolvimento dessa criança.

Todo o cuidado é pouco quando se trata da saúde mental, especialmente de pessoas que enfrentam outros tipos de condições, como no caso dos disléxicos. São pessoas mais sensíveis por conta do transtorno que enfrentam e, portanto, necessitam de toda a informação, conhecimento e empatia daqueles que os cercam.

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