Bissexualidade: difusão e preconceitos

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Na clínica, é comum pessoas procurarem tratamento por se sentirem perdidas e questionando a própria orientação sexual. Geralmente, a bissexualidade costuma ser o tema de maior confusão pelos pacientes.

Dúvidas, preconceitos e definições erradas dificultam o entendimento da bissexualidade, gerando conflitos internos para o próprio bissexual e seu companheiro. Entretanto, a aceitação própria gera um sentimento libertador.

É importante destacar que a bissexualidade não é uma doença ou opção. A pessoa não escolhe ser bissexual. Trata-se simplesmente de uma orientação sexual. Então, vamos entender o que é a bissexualidade.

O que é bissexualidade?

Ao longo de nossas vidas, mantemos relações com diversas pessoas de ambos os sexos e criamos sentimentos de empatia com elas, mas isso não caracteriza a bissexualidade, já que essas relações não apresentam necessariamente um envolvimento sexual.

Sendo assim, a bissexualidade é uma orientação sexual em que a pessoa sente atração física e emocional, tem desejos e estabelece vontades sexuais com ambos os sexos. Dessa forma, devemos relacionar, inicialmente, a bissexualidade ao desejo sexual e não a uma relação conjugal.

Ainda, é importante destacar que a atração pode ser equilibrada ou variar ao longo do tempo, e que ser bissexual não implica uma preferência igualitária por ambos os sexos.

Conceitos equivocados sobre os bissexuais

É comum as pessoas pensarem que um bissexual é na verdade um homossexual, mas que ainda não teve coragem de se revelar. Além disso, muitas vezes estes são vistos como sexualmente confusos e promíscuos. Entretanto, não tenha dúvidas: a bissexualidade é real.

Todavia, apesar da maior difusão na sociedade, ainda se trata de uma concepção complexa e que sofre transformações ao longo do tempo. Sendo assim, vamos desmistificar alguns conceitos equivocados que as pessoas possuem sobre esta orientação sexual:

Ser bissexual não é ser gay

Chamamos de gay a pessoa que só gosta de quem é do mesmo gênero que ela. Então, um homem gay só se sente atraído por outros homens e a mulher homossexual se envolve física e emocionalmente apenas com outras mulheres. Isto não acontece com o bissexual, pois ele pode se relacionar tanto com um gênero quanto com outro.

A bissexualidade não é uma indecisão

A bissexualidade é uma orientação sexual tão válida quanto qualquer outra, e não tem nada a ver com indecisão. É uma atração legítima e real por pessoas de ambos os sexos, podendo ser um aspecto fundamental da identidade de uma pessoa.

Bissexuais não são promíscuos

Não é porque uma pessoa gosta de gêneros diferentes que ela irá ficar com todo mundo. Os bissexuais são iguais as outras pessoas, ou seja, há aquelas que querem relacionamentos longos e baseados na confiança mútua, enquanto outras querem curtir a vida.

Bissexuais não podem se tornar héteros

Embora seja possível que um bissexual passe o resto da vida com uma pessoa do sexo oposto, isso não significa que ele deixou de ser bissexual. Isso só mostra que ele é capaz de se apaixonar por alguém e viver com esse companheiro por um longo tempo, exatamente como todos nós.

Preconceitos e aceitação

De forma geral, os bissexuais apresentam níveis menores de aceitação familiar em comparação a gays e lésbicas. Os bissexuais frequentemente apresentam desconforto com sua orientação sexual e sentem como se não tivessem ninguém a quem pedir ajuda, além do medo constante de se assumir para seus colegas.

Pessoas bissexuais são alvos de discriminação tanto por parte de pessoas heterossexuais, assim como por pessoas gays e lésbicas. Tanto de um lado como de outro, existe o preconceito de que uma pessoa bissexual é na verdade homossexual, mas não consegue assumir-se como tal.

Essa falta de apoio reflete na forma como bissexuais avaliam sua felicidade e seu otimismo quanto ao futuro, como: ambições referentes a relacionamentos amorosos, ingresso na universidade e sucesso na carreira.

A invisibilidade bi

Em alguns espaços LGBT, os bissexuais podem se sentir excluídos ou não plenamente acolhidos. Eventos e organizações da comunidade podem não reconhecer ou incluir questões específicas que afetam os bissexuais.

A invisibilidade bi, ou invisibilidade bissexual, no entanto, é um fenômeno social que se refere à falta de reconhecimento, representação e visibilidade das pessoas bissexuais dentro da sociedade em geral e até mesmo dentro da própria comunidade LGBT.

Contudo, este fenômeno tem um impacto negativo nas vidas das pessoas bissexuais, causando sentimentos de alienação, isolamento e falta de pertencimento. Além disso, dificulta a busca por apoio, compreensão e aceitação.

Os bissexuais precisam entender que não estão sozinhos neste caminho. Então, é importante procurar um psicólogo ao se sentirem inseguros e em dúvida. Um profissional capacitado consegue lidar com todas as dúvidas e medos desta orientação, além de ajudar na aceitação de quem a pessoa é.

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1 COMENTÁRIO

  1. Percebo que o bissexual fica um pouco “confuso” não na definição de ser bi, mas quando a atração seja por cisgenero “a rigor” com atributos de pelos e/ou voz! Quando o homem percebe noutro homem, feminilidade no trato com as pessoas ou “trejeitos femininos” é como se ele pudesse “justificar” a atração despertada. Como sou da geração em que a gestante não dispunha de USG para verificar o “sexo do bebê” e minha mãe queria uma prole de mulheres, eu tenho essa feminilidade no “trato” com as pessoas (presumo devido a memória fetal), mas sou cisgenero e, gera em homens que sou mais próximo,geralmente “cautela” na paquera e até de pedirem para “ficar”! Comentei até noutra postagem, depois da conversa, um homem bissexual pediu para transar (um amigo) e até disse que não teria “neura” se ainda seria hetero, porque admite que já vinha sentindo atração por mim e, o que fluisse, estaria tranquilo!

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