Divórcio e separação são palavras fortes. Assustam. Assustam tanto que várias pessoas preferem permanecer num relacionamento infeliz do que romper o compromisso com o companheiro. Os motivos são variados: separação com filhos ou a própria dor da separação; impedem o ato final. Mas, será que continuar nessa situação é a melhor opção?

No Brasil, o divórcio foi instituído em 1977 com a Emenda Constitucional nº 9 e, logo em seguida, foi regulamentada pela lei do divórcio – antes disso, ocorria o desquite, introduzido pelo Código Civil Brasileiro de 1916. Atualmente, ele já passou por diversas reformas e a sua lei foi praticamente substituída por inteira por legislações mais modernas.

Nesse sentido, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou um balanço dos dados referentes ao divórcio entre 1984 e 2016. A descoberta foi chocante: um em cada três casamentos termina no país. No período, os divórcios aumentaram 269%, enquanto os casamentos subiram somente 17%.

Aliás, já começam a surgir pesquisas que pretendem indicar os sinais de casais que irão se divorciar. Um estudo publicado no Journal of Personality and Social Psychology apontou que casais que são excessivamente afetuosos no início do relacionamento – e que demonstram níveis de afeto além do compreensível -, são mais propensos a se separar.

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O medo do divórcio

Manter-se num relacionamento infeliz é ruim para a saúde mental de todas as partes – inclusive dos filhos. Porém, para algumas pessoas, é difícil a separação de casamento com alguém que você está junto a tanto tempo.

Querendo conhecer mais sobre o assunto, o escritório de advocacia britânico Slater & Gordon realizou uma pesquisa para entender as principais razões das pessoas continuarem juntas, mesmo quando o relacionamento não está bom. Ao todo, foram entrevistados dois mil casais.

Então, como enfrentar uma separação? Confira abaixo, segundo o estudo, os dez motivos que as pessoas listarem para desistir do divórcio:

1 – Falta de coragem;

2 – Medo de arrependimento na separação do casal;

3 – Esperar que as coisas melhorem;

4 – Medo do impacto na família ou a necessidade de ficar junto por causa dos filhos;

5 – Não ser capaz de se sustentar financeiramente;

6 – Não querer sair de casa ou não ter que vender a casa da família;

7 – Estar muito velho para se separar;

8 – Se sentir culpado por deixar a família;

9 – Ter medo de ter que se virar sozinho;

10 – Ter medo de se sentir solitário.

Além disso, a pesquisa identificou que 50% deles se sentem presos ao relacionamento e, também, que se eles tivessem um futuro financeiro garantido após o rompimento, eles pediriam o divórcio ainda no mesmo dia.

De acordo com a advogada de família, Amanda McAlister, do mesmo escritório que realizou a pesquisa, “ainda existe um entendimento predominante na sociedade, que as pessoas devem ficar juntas não importa o quão infelizes estejam. Obviamente, o divórcio deve sempre ser o último recurso do casal, mas a ideia de centenas de casais ficarem juntos, apesar estarem miseráveis, porque eles estão preocupados com a sua vida financeira, é muito triste”.

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Mas por que o casal continua junto mesmo infeliz?

Pesquisadores tentam entender como funcionam os relacionamentos conjugais e a separação amorosa há muito tempo. A teoria da interdependência, desenvolvida pelos psicólogos, Harold Kelley e John Thibaut,  há mais de meio século, é uma das mais bem aceitas no ambiente acadêmico.

Segundo a teoria deles, cada parceiro mede o nível de satisfação pessoal com o relacionamento avaliando custos (pontos negativos) e benefícios (pontos positivos). Desde que os benefícios superem os custos percebidos, você está feliz com seu relacionamento.

Entretanto, a teoria da interdependência não explica por que casais infelizes continuam com o casamento. Sendo assim, pesquisas mais recentes, como a de Levi Baker, James McNulty e Laura VanderDrift, procuraram entender esse fenômeno.

De acordo com os pesquisadores, o comprometimento depende da satisfação que a pessoa espera encontrar do relacionamento no futuro. Isso é o oposto do que prevê a teoria da interdependência, que acredita no nível atual de satisfação do relacionamento. Dessa forma, as pessoas continuam comprometidos com o casamento porque acreditam que a qualidade do relacionamento melhorará com o tempo.

Um estudo publicado na Current Psychology corrobora com essa ideia. “Os experimentos confirmaram a hipótese inicial de que os investimentos em termos de tempo, esforço e dinheiro tornam os indivíduos mais propensos a permanecer e investir em um relacionamento em que são infelizes”, escrevem os autores.

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