À medida que exploramos a complexa interconexão entre mente e corpo, nos deparamos com um fenômeno intrigante e relevante para nossa compreensão da saúde: a psicossomatização. 

Esse fenômeno pode acontecer decorrente de determinados cenários, como reedição de traumas, situações estressantes e perdas que podem desencadear sintomas físicos, além dos emocionais. Curioso, não é mesmo?

Mas afinal, o que é a psicossomatização?

A psicossomatização é um processo pelo qual as emoções, pensamentos e estresse psicológico podem afetar a saúde física de uma pessoa, levando ao desenvolvimento de sintomas ou condições médicas reais.

Esse fenômeno pode desencadear dor de cabeça, tensão muscular, febre, náuseas, diarreia, ou até mesmo inflamações, alergias, e questões mais críticas. Porém, essa manifestação apesar de real não tem base biológica.

No entanto, quando os sintomas físicos persistem, podem ser confundidos com doenças reais. Em contrapartida, depois de não acharem a causa real, o médico pode chegar a conclusão de que seja uma doença psicossomática.

As doenças psicossomáticas

Nomeamos como doença psicossomática todo sintoma físico que aparentemente não tem origem ou justificativa biológica. Ou seja, que medicamente não se explica nem com exames clínicos e histórico de saúde.

O conceito, no entanto, surgiu por volta do século XIX quando Freud e outros profissionais da época observaram que muitas pessoas apresentavam paralisias, cegueira, tiques, afasias, sem causa aparente. 

A descoberta do tratamento

Advertidos sobre os processos integrativos entre o SOMA e a PSIQUE – sendo SOMA = nosso corpo e suas estruturas (pele, vísceras, nervos e ossos) e PSIQUE = memória, afetos, consciente, inconsciente – decidiu-se aplicar a técnica/ética da PsicanáliseA cura pela fala.

Sendo assim, nos relatos durante as consultas os pacientes traziam no discurso associações entre memórias/afetos de suas vivências traumáticas, difíceis de nomear ao adoecimento.

Logo, justificando assim a conversão de algo da mente se revelando no corpo, a palavra não dita, a dor emocional, o desamparo.    

As causas da psicossomatização 

Hodiernamente, a psicossomatização ganha cada vez mais sentido e aporte científico. 

Apesar de cada época trazer consigo suas particularidades e os sinais/sintomas serem diferentes, é claro que no psiquismo de muitas pessoas há um sofrimento velado e não dito que se impõe no corpo, construindo as doenças psicossomáticas.

Todavia, os sinais denunciam como causa questões como:

  • Perdas e lutos;
  • Sobrecarga profissional;
  • Estresse continuado;
  • Violências sofridas na infância/adolescência;
  • Traumas;
  • Quadros anteriores de tristeza ou angústia, possivelmente denunciando inclusive alguma patologia já instalada – além das exigências do mundo externo que aumentam e ganham novas configurações a todo momento.

Principais exemplos de psicossomatização

Os exemplos de psicossomatização, nos quais o psiquismo desempenha um papel fundamental na origem e desenvolvimento de sintomas físicos, lançam luz sobre a complexa dança entre nossos pensamentos, sentimentos e bem-estar físico.

Nesta exploração, mergulharemos nos principais exemplos de psicossomatização, desvendando como a angústia interior pode se manifestar em uma ampla gama de condições de saúde, como:

  • Gastrites;
  • Dermatites;
  • Úlceras;
  • Asma;
  • Síndrome do intestino irritável;
  • Psoríase;
  • Tensão muscular;
  • Infertilidade;
  • Enxaqueca;
  • Impotência sexual;
  • Entre outros.

Como tratar uma doença psicossomática?

Vamos então aos possíveis tratamentos? No setting terapêutico temos a liberdade de falar em voz alta temas que são até difíceis de pronunciar. Isso, por sua vez, produz o efeito de cura e transformação em todos os níveis do existir.

Todavia, para tratar uma doença psicossomática, é necessário a psicoterapia. Com o tratamento psicológico e o falar, a palavra dita desfaz o sintoma. Ou seja, no processo terapêutico é possível recapturar as memórias e afetos que produzem/justificam os adoecimentos.

Dessa forma, é possível atribuir sentido e ressignificação, possibilitando a cura. Além disso, é importante lembrarmos dos fatores protetivos para a saúde emocional que estão para todos como: qualidade do sono, boa alimentação, vida social ativa, descanso e exercícios físicos com frequência.

Parafraseando William Shakespeare, existem muitos mistérios entre a mente e o corpo que nossa vã ciência possa acompanhar, por isso, cuide-se bem!

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